Montenegro: “Este é o Governo com maior insensibilidade social de que há memória" - TVI

Montenegro: “Este é o Governo com maior insensibilidade social de que há memória"

  • BC
  • 9 jan 2020, 08:20
Luís Montenegro

Candidato à liderança do PSD falou num encontro com militantes em Leiria

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro considerou quarta-feira que o atual Governo demonstra "a maior insensibilidade social de que há memória" e defendeu a necessidade dos sociais-democratas limparem a imagem de "partido da ‘troika’".

Num encontro com militantes em Leiria, Montenegro preferiu criticar o Governo, liderado pelo socialista António Costa, a atacar os outros candidatos à presidência do partido, considerando que "este é o Governo com a maior insensibilidade social de que há memória em Portugal".

Assumindo-se contra o programa do Governo, defendeu que o modelo proposto na proposta de Orçamento do Estado traz "a maior carga fiscal de sempre".

Nunca nenhum Governo foi ao rendimento individual e ao rendimento coletivo cobrar tantos recursos", apontou, criticando a "tão pouca qualidade dos serviços públicos", como "nunca houve um Governo que oferecesse".

Na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria, os militantes ouviram Montenegro defender a necessidade de "convencer os portugueses" de que o PSD "não é o partido da austeridade" nem "o partido da ‘troika’".

Esse é o PS. É sempre na sequência da governação socialista que a austeridade chega a Portugal. Não somos o partido dos cortes, dos congelamentos. Os cortes e congelamentos começam sempre com a governação do PS", frisou. E pediu para os sociais-democratas terem uma oportunidade para "governar Portugal em tempos de normalidade".

Luís Montenegro lembrou ainda os casos de violência sobre profissionais de saúde, "que estão a aumentar", considerando ser este um "duplo problema".

"Em primeiro lugar, e nunca desculpando os agressores, muitas destas situações são originadas pelo desespero a que as pessoas chegam pela falta de resposta do sistema; e, por outro, é preciso pensar nas vítimas", referiu.

Luís Montenegro lamentou a resposta da ministra da Saúde, Marta Temido: "Qual foi a resposta que o Governo deu a estes casos, através da ministra da Saúde? Que a maior parte eram agressões verbais e sobre enfermeiros! Quando uma ministra despreza e subestima a violência de uma agressão verbal a um profissional de saúde que presta um serviço público, denota uma grande insensibilidade social".

Sobre a luta interna partidária, Montenegro sublinhou que ao PSD "exige-se que denuncie os erros e apresente alternativas", recusando ser "parceiro" ou "cúmplice" do PS na governação.

"Temos de ser oposição forte e firme, sem confusões. Dizer isto não é ter uma atitude radical. É cumprir o ponto essencial da democracia, o ponto essencial da preservação do interesse nacional", referiu. Sem isso, "a democracia fica enfraquecida", disse, numa rara referência a Rui Rio, preferindo um tom conciliatório: "Apelo à nossa capacidade de, nas nossas diferenças, nos concentrarmos em construir uma unidade que seja expressiva nos nossos combates com os nossos adversários".

As eleições diretas para a liderança do PSD são disputadas no sábado entre o antigo líder parlamentar Luís Montenegro, o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, e o atual presidente do partido, Rui Rio.

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