Reforma do Estado: PSD desafia o PS a não «fugir ao debate» - TVI

Reforma do Estado: PSD desafia o PS a não «fugir ao debate»

Debate quinzenal no Parlamento [LUSA]

Criação de comissão eventual será votada na sexta-feira

O Parlamento agendou para sexta-feira a votação de uma iniciativa do PSD e do CDS-PP para criar uma comissão eventual para discutir a reforma do Estado, com a bancada social-democrata a desafiar o PS para não «fugir ao debate».

«Queria incitar o PS a aproveitar esta comissão eventual para apresentar as suas ideias. Parece que há ideias no Partido Socialista. Que as possa trazer para a comissão eventual para esta discussão profunda, não apenas a pensar em atos eleitorais ou nos louros junto do eleitorado mas para resolver problemas do país», afirmou o presidente da bancada do PSD, Luís Montenegro.

O deputado falava aos jornalistas no final da reunião da conferência de líderes parlamentares, que agendou para a próxima sexta-feira uma deliberação conjunta da maioria PSD/CDS-PP para criar uma comissão eventual para debater a reforma do Estado.

Luís Montenegro afirmou desejar que «nenhum partido no Parlamento possa fugir às responsabilidades», rejeitando a ideia de que o PS faça «um boicote» ao funcionamento da comissão eventual.

«Não quero acreditar que isso vá acontecer», declarou, apelando a uma «postura séria» e afirmando acreditar que, «a seu tempo, o PS não deixará de estar presente».

Em declarações aos jornalistas, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, afirmou esperar que a oposição participe na comissão eventual, argumentando que «a questão não é da maioria ou do Governo», mas sim do país.

«Eu não acredito que, face à responsabilidade histórica do PS, o maior partido da oposição possa excluir-se sem mais de uma matéria tão relevante. Esse cenário para mim é uma matéria que não se coloca», afirmou.

Por seu lado, o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares disse que a bancada irá votar contra a proposta de criação da «comissão Marques Mendes», numa alusão ao facto de ter sido o ex-líder do PSD a anunciar que a maioria parlamentar iria avançar com a comissão eventual.

«Entendemos que a Assembleia da República não pode servir de instrumento de branqueamento de uma opção de destruição das funções sociais e outras do Estado que o Governo quer fazer», afirmou.

Bernardino Soares disse que o PCP «não irá pactuar» com o que considera ser «uma capa de democraticidade» para tentar «destruir as funções sociais do Estado» e mantém a posição anteriormente assumida de não participar nos trabalhos.

No mesmo sentido, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, disse que votará contra a criação da comissão eventual.

«Não pactuamos com essa forma de estar na política, não pactuamos com comissões liquidatárias nem com comissões que servem para desresponsabilizar a maioria das suas vontades políticas», declarou.

Questionado pela Lusa, o gabinete de imprensa da bancada parlamentar do PS remeteu para a posição transmitida sexta-feira pelo líder da bancada, Carlos Zorrinho, em declarações à Agência Lusa.

Na altura, Carlos Zorrinho disse que o PS «não participará em nenhuma comissão que sirva para branquear o corte de quatro mil milhões de euros nas funções do Estado por incompetência do Governo».
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