Miguel Albuquerque não governa sem eleições antecipadas - TVI

Miguel Albuquerque não governa sem eleições antecipadas

Miguel Albuquerque é o novo presidente do PSD Madeira

O sucessor de Jardim realça que os militantes sufragaram uma «mudança» de protagonistas, de políticas e de posturas para liderar um novo ciclo político e deram um «exemplo de maturidade democrática»

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O novo líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, assegura «estar fora de questão» e ser «impensável» assumir a presidência do Governo Regional sem a realização de eleições legislativas e rejeitou a possibilidade de negociações nesta matéria.

«Está completamente fora de questão assumir a presidência do governo sem a realização de eleições. Não há negociação possível», disse Miguel Albuquerque em entrevista à agência Lusa.

O sucessor de Alberto João Jardim na presidência do PSD/M, o ex-autarca do Funchal, eleito na segunda volta das eleições internas a 29 de dezembro com 64% dos votos dos militantes sociais-democratas madeirenses, vinca que «relativamente aos princípios da democracia não existe negociação» possível.

Segundo Miguel Albuquerque, «é impensável ao PSD/M assumir um governo sem estar com novas políticas e novos protagonistas sem ter uma base de legitimação democrática».

Se suceder a Jardim também na presidência do executivo madeirense, Albuquerque herda uma elevada dívida pública regional avaliada em 6,3 mil milhões de euros.

«É um dos problemas», admitiu, salientando que a Madeira tem conseguido cumprir com as suas obrigações no quadro do plano de resgate que celebrou com a República.

«Tudo é possível resolver. Temos, como o Estado português tem, uma dívida elevada, mas é evidente que essa dívida eleva-a num contexto de gestão pública da região tem que ser compatível com as apostas fundamentais no crescimento da nossa economia e do emprego», sustentou.

O novo presidente do PSD/M, que sempre apoiou o líder nacional do partido e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, preconiza um melhor relacionamento com as instituições do Estado.

«Acho que a Madeira não deve nunca boicotar pontes», sublinha, defendendo que a região tem «a possibilidade de defender os seus interesses de uma forma determinada, sem aquela conflitualidade ruidosa que acontecia há uns anos atrás» e que é «fundamental estabelecer pontes de contacto para o diálogo necessário e os entendimentos que são fulcrais para as políticas que precisa implementar no futuro».

Na opinião de Miguel Albuquerque, «a Madeira não se pode fechar sobre si própria. Tem de se afirmar como uma região cosmopolita, aberta, no contexto do mundo global que estamos a viver».

                         

«PSD Madeira renasceu»

Miguel Albuquerque diz que o partido estava «adormecido» e «renasceu» e anunciou que, pela primeira vez, o Congresso do próximo fim de semana será totalmente aberto à comunicação social.

«Acho que estas eleições internas foram muito importantes para a mobilização do PSD, partido que estava adormecido e renasceu nestas eleições», disse.

O sucessor de Jardim realça que os militantes sufragaram uma «mudança» de protagonistas, de políticas e de posturas para liderar um novo ciclo político e deram um «exemplo de maturidade democrática».

«As eleições foram um bálsamo para o partido», acrescentou.

Ainda assim, o novo líder do PSD/Madeira diz não haver «rutura total» com Alberto João Jardim e que decidiu adotar, a partir de 2000, uma postura crítica devido ao ciclo de políticas «ultrapassadas» preconizado pelo partido.

«Não há rutura total. Há neste momento uma mudança que foi sufragada pelos militantes do partido relativamente ao que devem ser as novas políticas. Houve mudança de protagonistas, houve uma mudança sufragada de políticas e posturas do partido para liderar um novo ciclo político», declarou o sucessor de Jardim.

Albuquerque considerou que os problemas começaram em 2000, quando se «começou a constatar que havia que mudar as políticas e que havia um ciclo ligado sobretudo à construção, às grandes infraestruturas públicas e ao crédito torrencial que estava já ultrapassado».

Por essa razão, «era preciso fazer uma inversão das políticas que estavam a ser prosseguidas na Madeira», acrescentou, apontando que «nesse sentido houve que tomar posição crítica».

«O dr. Alberto João Jardim foi um líder importante na história da Madeira e não precisa nem de mim, nem do PSD para afirmação dos seus direitos como cidadão e militante do partido», salientou.

Instado a pronunciar-se sobre o papel político que Jardim poderá ter no futuro, Albuquerque afirmou: «Neste momento não quero falar de cargos. Não pensei no assunto. Não sei o que o dr. Jardim pretende», vincando que tem de estar agora «concentrado no congresso, na unidade e mobilização do partido e nas próximas eleições regionais».

Miguel Albuquerque conclui que se for eleito presidente do Governo Regional da Madeira pretende «manter a mesma postura de sempre», viver uma «vida normal dentro daquilo que é possível e não se isolar das pessoas».
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