Alegre diz que Governo está a fazer «revolução ultraliberal» - TVI

Alegre diz que Governo está a fazer «revolução ultraliberal»

Manuel Alegre no Congresso do PS

Ex-candidato presidencial salientou contudo que compreende a decisão do PS se abster na votação

Relacionados
O ex-candidato presidencial Manuel Alegre afirmou esta sexta-feira que o Orçamento do Governo configura uma «revolução conservadora e ultraliberal», mas compreende a decisão do PS se abster na votação face à situação difícil e complexa da União Europeia, noticia a Lusa.

«Quero que fique claro que continuo a apoiar a liderança de António José Seguro», afirmou Manuel Alegre à agência Lusa, depois de interrogado sobre a decisão dos socialistas se absterem na votação da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2012.

«A Comissão Política Nacional do PS decidiu e em matéria de Orçamento do Estado deve existir disciplina partidária, sempre defendi isso», começou por apontar o membro do Conselho de Estado.

Em relação ao conteúdo da proposta do Governo de Orçamento do Estado, Manuel Alegre citou parte do teor do seu artigo publicado esta sexta-feira no Diário de Notícias, no qual sustenta que «este Orçamento é um PREC (Processo Revolucionário em Curso) de direita».

«Este Orçamento ultrapassa as fronteiras da troika e configura uma revolução conservadora e ultraliberal, que não serve o interesse nacional e põe em causa a democracia económica e social, tal como está na Constituição da República», disse, antes de se referir em concreto à decisão tomada pelo PS de se abster na votação da proposta orçamental do Governo.

«Tendo embora uma opinião diferente, compreendo a posição do secretário-geral do PS [António José Seguro] e as suas preocupações em virtude da difícil e complexa situação que se vive na União Europeia», justificou.

No entanto, o ex-vice-presidente da Assembleia da República deixa também um aviso em relação ao futuro. «Os socialistas devem compreender que estamos perante uma ofensiva de direita contra tudo o que nos é caro, não só ao nível dos valores e dos princípios, mas também no que respeita aos direitos sociais dos funcionários, dos trabalhadores, dos professores, ao fim e ao cabo, a nossa base social e o nosso eleitorado», acrescentou Manuel Alegre.
Continue a ler esta notícia

Relacionados