"Arrendamento é o tema mais desastrado que o Governo alguma vez abordou" - TVI

"Arrendamento é o tema mais desastrado que o Governo alguma vez abordou"

  • 3 mai 2018, 23:41

Manuela Ferreira Leite critica a "avalanche de legislação" que está em curso sobre a questão do arrendamento. Tal como a proposta do Bloco de Esquerda de criar uma comissão sobre rendas excessivas

A antiga ministra das Finanças e comentadora da TVI, Manuela Ferreira Leite, considera que o pacote legislativao governamental terá efeitos perversos, tornando-se uma "bomba sobre o mercado de arrendamento.

São as pessoas com mais idade que vão ser prejudicadas, porque só pelo anúncio de que a partir dos 65 anos passam a ter um contrato vitalício, faz com que os senhorios não lhe renovem os contratos. Não há senhorio que vá alugar uma casa a quem tenha 60 anos", refletiu Ferreira Leite.

Para a comentadora, está em curso uma "avalanche de legislação, que implica mais de uma dúzia de diplomas sobre a matéria, porque  todos os partidos vão apresentar propostas", a partir do "tema mais desastrado que o Governo alguma vez abordou".

É desastrado proque vai acabar por não existirem pequenos proprietários e serão as grandes imobiliárias a ficar com as casas, porque ninguém as aluga. E aí o mercado de arrendamento deixará de existir", considerou Ferreira Leite.

"Única perguntita"

No comentário semanal na TVI24, Manuela Ferreira Leite abordou ainda a questão em torno doa ntigo ministro socialista Manuel Pinho e sobre as suspeitas de ter recebido indevidamente da parte do Grupo Espírito Santo, quando exercia funções governativas.

A gravidade não está nas medidas que possa ter tomado. Isso é sempre um segundo passo. O primeiro não tem a ver com as funções. A única perguntita que se lhe faz é, se é verdade ou mentira", expôs Ferreira Leite, para quem o âmbito alargado de uma comissão parlamentar proposta pelo Bloco de Esquerda não faz sentido.

Para a social-democrata, sobre Manuel Pinho, "a única coisa urgente e importante é saber se é verdade ou se é mentira, se durante o tempo que exerceu funções governativas recebia vencimento da sua empresa de origem".

O Bloco de Esquerda está a desempenhar um papel que não me parece muito agradável e vai desviar as atenções para daqui a não se sabe quanto tempo", considerou Manuela Ferreira Leite, avaliando a intenção de criar uma comissão de inquérito às rendas excessivas na eletricidade, partindo dos CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual), uma compensação dada à EDP na sequência da liberalização do mercado energético.

Face à intenção da comissão proposta pelo BE de avaliar o relacionamento do Estado com o setor da energia desde 2002, altura do Governo de Durão Barroso, que tinha Ferreira Leite como Ministra de Estado e das Finanças, a comentadora "teme que a iniciativa possa distrair sobre as suspeitas de corrupção que existem".

Este aspeto embaraça o Partido Socialista e quanto mais tarde, melhor para o PS", considerou Ferreira Leite, acrescentando que "não podemos ser tomados por estúpidos e pensar que, de repente, saiu do nada a análise dos CMEC, que vai demorar meses e entretanto não se tem a resposta que era uma resposta muito simples", sobre o caso de Manuel Pinho.

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