“Já tive ocasião de dizer que o governo tem um papel fundamental na estabilização do sistema financeiro e, portanto, que compete ao governo ir acompanhando muito de perto o que se passa no Banco de Portugal neste processo, como noutros processos", começou por dizer aos jornalistas, depois de uma visita à CERCINA, o centro de atividades aquáticas adaptadas da Nazaré, onde andou num barquinho à vela.
Depois, foi mais direto. Se estiver ao leme do mais alto cargo da nação, navegará com Costa neste dossiê.
Ao mesmo tempo, fez notar que o dossiê Novo Banco "será certamente um dos primeiros temas" que António Costa quererá levar a Belém."Aquilo que o Governo entender que deve ser feito, nessa estabilidade do sistema financeiro, se for eleito, daqui a poucos dias, não deixarei de secundar aquilo que o Governo considerar fundamental fazer”
Ora, sabe-se que a relação do Governo PS com o governador do Banco de Portugal não tem aparentado ser propriamente a melhor. O governador foi reconduzido pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, o que foi na altura muito criticado pela oposição. Carlos Costa, recorde-se, foi nomeado pela primeira vez ainda no Executivo de José Sócrates.
Marcelo, que é ex-líder do PSD, sublinhou que o caso Novo Banco é uma matéria sobre a qual se deve fazer "o mínimo de especulação e de agitação". Imaginando-se já na figura de chefe de Estado, defendeu que o papel a assumir é garantir a confiança dos investidores no sistema financeiro "cá dentro e lá fora".
Hoje, que Costa e Passos estiveram reunidos em privado, no Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa considerou essa "aproximação natural". Disse mais até: "Muito boa, são dois protagonistas fundamentais na política portuguesa" e é importante que falem no sentido de "consensos de regime". O candidato tem, de resto, enfatizado muito esta expressão durante a campanha. "Vão ter de falar de muita coisa, nem quero imaginar quais, mas muitas coisas"
O candidato aproveitou para comentar outra "boa notícia", congratulando-se com a "aproximação de posições" entre o atual Governo e os investidores da TAP.