António Costa: "Se as presidenciais fossem hoje ninguém tem dúvidas de quem ganhava" - TVI

António Costa: "Se as presidenciais fossem hoje ninguém tem dúvidas de quem ganhava"

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  • 18 mai 2020, 11:09

Líder do PS diz que o partido ainda não decidiu se vai apoiar algum candidato

O secretário-geral do PS considerou esta segunda-feira que há um sentimento popular maioritário a favor da eventual reeleição do Presidente da República e adiantou que o seu partido definirá posição sobre presidenciais "se entender que o deve fazer".

Esta posição foi transmitida por António Costa em entrevista à TSF, que durou cerca de 80 minutos e durante a qual confirmou que o próximo congresso do PS, previsto inicialmente para maio, se realizará só no primeiro trimestre de 2021, já depois das eleições presidenciais.

Sobre as eleições presidenciais, "o PS tomará uma posição no devido momento, se assim o entender fazer", respondeu o líder socialista, frisando depois que, na história das eleições para Presidente da República, o seu partido "nunca lançou um candidato, optando antes pela "regra" de apoiar e pronunciar-se sobre candidatos que existiam.

"O momento para o PS se pronunciar sobre as presidenciais não será seguramente anterior a estar definido o quadro de candidatos", apontou em seguida António Costa, antes de se referir com elogios ao mandato até agora exercido pelo chefe de Estado.

Se as eleições fossem hoje, ninguém tem dúvidas em relação a quem as ganhava e com uma expressão muitíssimo grande. É manifesto qual é o sentimento popular, as pessoas apreciaram a forma como o atual Presidente da República tem exercido as suas funções. As pessoas não estão ansiosas de mudança, mas, sim, ansiosas de tranquilidade e de paz institucional", defendeu.

Também de acordo com o primeiro-ministro, os cidadãos "têm interpretado esta coabitação entre um Governo de esquerda e um Presidente da República proveniente do centro-direita como uma forma de unidade nacional".

Quer o Governo, quer o Presidente da República, têm ajudado a reforçar o sentimento de confiança nas instituições. Esse é o sentimento geral do país. É saudável que o país saiba viver de forma harmoniosa com a articulação entre os diferentes órgãos de soberania. Acho que a vontade do país é que haja estabilidade e tranquilidade", sustentou.

Questionado se as eleições presidenciais fossem hoje votaria em Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa alegou que o voto "é secreto" e que o primeiro-ministro "deve manter a regra de ter a consciência de que terá de trabalhar com qualquer que seja o Presidente da República escolhido pelos portugueses".

Nas eleições presidenciais deve ter um particular recato, ainda que como líder partidário possa e deva tomar uma posição quando o partido entender definir, e se a entender definir", reforçou.

Confrontado com as declarações que fez na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, na semana passada, que foram entendidas como um sinal de apoio à reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do executivo argumentou que uma sua "expressão de elementar bom senso criou tanta agitação".

Independentemente de qual fosse o meu sentido de voto, há uma coisa mais ou menos pacífica, e não é preciso ser vidente ou comentador para antever o que é o desejo dos portugueses em matéria de estabilidade quanto ao exercício da função presidencial. Se houver candidatura do professor Marcelo Rebelo de Sousa, não é preciso ter grande finura de análise política para antecipar que ele será o Presidente da República eleito pelos portugueses", justificou.

No plano partidário, António Costa referiu que o congresso dos socialistas, no primeiro trimestre de 2021, se destinará sobretudo a preparar as eleições autárquicas de outubro desse ano.

As eleições presidenciais de janeiro de 2021, completou, terão de ser debatidas "num outro órgão do partido", ou seja, em Comissão Nacional do PS, o órgão máximo desta força política entre congressos.

Nesta longa entrevista, António Costa admitiu que Portugal poderá assistir "teoricamente" a algum crescimento de forças populistas em próximos atos eleitorais, mas entendeu que "há uma hipervalorização do radicalismo, sobretudo pelo seu exotismo".

Os portugueses não gostam de radicalismos. Os portugueses gostam de bom senso", sustentou.

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