Covid-19: Marcelo admite renovar estado de emergência por apenas oito dias - TVI

Covid-19: Marcelo admite renovar estado de emergência por apenas oito dias

Chefe de Estado entende que não há dados suficientes para renovação do diploma por 15 dias

Marcelo Rebelo de Sousa admitiu este sábado renovar o Estado de Emergência, no âmbito da pandemia de covid-19, por apenas mais oito dias, a partir de 7 de janeiro, dando tempo para "encontrar uma solução que aponte para um mês".

No primeiro debate das presidenciais, que colocou Marcelo Rebelo de Sousa frente a frente com a bloquista Marisa Matias, o Presidente da República foi questionado sobre a possibilidade do atual estado de emergência ser renovado apenas por uma semana e não por 15 dias, como habitualmente.

"Eu inclino-me para oito dias apenas", respondeu, garantindo que "não tem nada a ver com a campanha".

De acordo com o chefe de Estado, "não há dados suficientes relativamente ao período de Natal", havendo mesmo "dados que são contraditórios", justificando que "houve pontes consecutivas e não houve testes".

O que é isto significa? Só é possível ter uma reunião com os especialistas no dia 12, mas não é possível criar um vazio. Para não criar um vazio há que renovar", afirmou.

Estas declarações do Presidente da República sugerem a possibilidade do Estado de Emergência ser renovado durante um mês, na sequência do aumento de casos após do Natal.

O estado de emergência, decretado a 9 de novembro, foi renovado até 7 de janeiro, com recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.

Marisa Matias sugere que Marcelo favorece privados no SNS

A deputada do Bloco de Esquerda e candidata à Presidência da República aproveitou o tema da renovação do Estado de Emergência para apontar falhas à proteção laboral no contexto da pandemia de covid-19.

O meu modelo de combate às desigualdades prevê acabar com o modelo de privilégios", afirmou Marisa Matias.

O papel dos privados na saúde foi o centro da diferenciação entre Marcelo Rebelo de Sousa e Marisa Matias, que concordaram com a necessidade de entendimentos à esquerda para a estabilidade do atual Governo.

Marisa Matias apontou que há uma preocupação excessiva com a participação dos privados no Serviço Nacional de Saúde e que "o SNS tem de ser salvo".  A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda referiu ainda que a lei de bases de saúde não foi cumprida na totalidade.

A verdade é que a Lei de Bases da Saúde não foi cumprida na totalidade. Houve limitações impostas do lado do Governo e do Presidente. Há uma preocupação excessiva com a participação dos privados e o desvirtuar do essencial", disse Marisa Matias.

Quando tomou a palavra, o Presidente da República recandidato afirmou que "o SNS é insubstituível e crucial na saúde em Portugal" e fez questão de destacar o "papel importantíssimo" do BE na lei de bases da saúde, considerando que o problema deste diploma surgiu na aplicação da lei.

Marcelo Rebelo de Sousa quis até "prestar essa homenagem" ao BE por ter ido "até ao fim" e "coerente com essa posição", dizendo que até ficou isolado nesta questão.

Questionado se estava "a piscar o olho" ao eleitorado bloquista, o Presidente da República foi perentório: "não estou a piscar e a prova é que eu promulguei o diploma de aplicação da lei de bases contra o qual foi o BE".

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