Covid-19: Marcelo diz que cerimónias do 13 de Maio são as que bom senso aconselham - TVI

Covid-19: Marcelo diz que cerimónias do 13 de Maio são as que bom senso aconselham

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  • publicado por Rafaela Laja
  • 4 mai 2020, 12:59
Peregrinos em Fátima

Santuário de Fátima pediu aos peregrinos que evitem deslocação ao recinto nos dias 12 e 13

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta segunda-feira que as "cerimónias que a Igreja escolheu" para assinalar o 13 de maio "são as que o bom senso e as medidas sanitárias aconselham" a propósito da Covid-19.

"Sou o primeiro a sentir a falta de eucaristias, procissões, festas tradicionais. Mas isso por um valor maior: o direito à vida e à saúde. Isso aplica-se exatamente ao 13 de Maio", declarou o chefe de Estado, falando à Rádio Montanha, da ilha açoriana do Pico.

Marcelo agradeceu a todas as igrejas e confissões o papel responsável na adoção de medidas para atenuar as concentrações de pessoas em plena pandemia de covid-19.

Sobre o 13 de Maio e as tradicionais celebrações em Fátima, o Presidente da República lembrou que este é um fenómeno de "centenas de milhares de pessoas".

Todos nós temos a noção de que em meados de maio ter este número de pessoas em peregrinação era de facto o contrário do que a Igreja tem defendido e bem, a salvaguarda do direito à vida e à saúde", disse ainda na entrevista à rádio picarota.

A 6 de abril, o Santuário de Fátima já tinha anunciado que a Peregrinação Internacional Aniversária de maio seria este ano celebrada sem a presença física de peregrinos, devido à covid-19, mas que se manteriam as principais celebrações.

Santuário de Fátima pede aos peregrinos que evitem deslocação ao recinto nos dias 12 e 13

O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, pediu esta segunda-feira aos peregrinos que não se desloquem ao recinto nos dias 12 e 13 e que façam a peregrinação "pelo coração", devido à pandemia de Covid-19.

Numa mensagem dirigida aos peregrinos a propósito da Peregrinação Internacional Aniversária de maio, Carlos Cabecinhas refere que, pela primeira vez na sua história, o Santuário de Fátima vai celebrar esta data sem peregrinos nos seus espaços.

Este é um momento doloroso: o santuário existe para acolher os peregrinos e não o podermos fazer é motivo de grande tristeza; mas esta decisão é igualmente um ato de responsabilidade para com os peregrinos, defendendo a sua saúde e o seu bem-estar”, considera.

A quem tinha intenção de este ano se deslocar ao santuário, o padre pede que faça esta peregrinação "pelo coração" e acompanhe a transmissão das celebrações através dos meios de comunicação social, da internet e das redes sociais.

As celebrações decorrerão no recinto, mas este estará encerrado devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da declaração do Estado de Calamidade pública, em articulação com a Conferência Episcopal Portuguesa, e que impedem as celebrações religiosas com a presença de fiéis.

Atendendo a esta impossibilidade de deslocação à Cova da Iria, o reitor desafia os peregrinos a fazerem um caminho espiritual, apresentando-lhes uma proposta concreta de oração para cada dia.

Não podemos contar com a vossa presença física, mas gostaríamos de poder contar convosco. Porque não se peregrina só com os pés, mas também com o coração, propomos-vos que façais connosco uma peregrinação pelo coração", sublinha.

A proposta passa por uma "peregrinação por etapas", entre hoje e dia 13, na qual "o caminho não é físico, mas interior”, sendo os peregrinos desafiados a acenderem, todos os dias, nas janelas de suas casas, uma vela, o que é considerado "um dos atos mais icónicos de Fátima".

Que, em cada dia, cada um faça um momento de reflexão e oração, de acordo com as propostas que disponibilizaremos; e que, em cada noite, acenda à janela uma vela, até à procissão de velas do dia 12. Faremos, assim, uma bela procissão de velas, difundida por todos os lugares onde viveis e vos encontrais”, apela.

Entre a tarde do dia 12 e o fim da manhã do dia 13 não será permitido o acesso dos peregrinos a qualquer espaço do santuário.

Tomar agora esta decisão dolorosa significa procurar criar condições para podermos retomar, o mais rapidamente possível, as peregrinações a este lugar”, realça Carlos Cabecinhas.

Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

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