Independentistas catalães cantam "Grândola Vila Morena" a Marcelo - TVI

Independentistas catalães cantam "Grândola Vila Morena" a Marcelo

  • SS - atualizada às 17:07
  • 17 abr 2018, 17:01

Os deputados e senadores seguravam uma folha de papel com a letra da canção-símbolo do 25 de Abril de José Afonso e começaram a cantar quando Marcelo Rebelo de Sousa acabou a sua intervenção

Cerca de vinte deputados e senadores espanhóis cantaram esta inesperadamente a música “Grândola Vila Morena” no final do discurso do Presidente da República português, na sessão solene conjunta com membros do congresso de deputados e do senado espanhol em Madrid.

Os parlamentares pró-independência da Catalunha tinham cravos amarelos ao peito, em sinal de apoio aos políticos catalães presos, e seguravam uma folha de papel com a letra da canção-símbolo do 25 de Abril, de José Afonso. Começaram a cantar quando Marcelo Rebelo de Sousa acabou a sua intervenção, apanhando todos de surpresa.

No discurso, que durou cerca de 12 minutos e foi proferido na Sala do Plenário das Cortes Gerais de Espanha, o parlamento espanhol, o chefe de Estado português não fez uma única referência aos problemas na Catalunha.

Sobre esse tema, Marcelo avisou logo à chegada a Espanha, no domingo à noite, que nada iria dizer, por se tratar de um assunto interno de um "país irmão".

Na sua intervenção, o Presidente da República afirmou que é preciso lutar pela democracia todos os dias e recriá-la sem cessar, sem ceder um milímetro.

Lutar pela democracia é um imperativo de todos os dias. Tal como é um erro acreditar que basta a sua proclamação nas constituições e nas leis ou entender que, uma vez consagrada, é um dado adquirido para sempre. Vós e nós sabemos o que foi viver em ditadura e sonhar com a democracia e construí-la palmo a palmo durante longas caminhadas feitas de esperança e de combate", declarou.

Alternando entre o português e o castelhano, acrescentou: "Não ceder nem um milímetro dessa democracia é recriá-la sem cessar. Temos de recriar permanentemente a nossa democracia, a nossa educação, os nossos sistemas sociais, a nossa economia, a nossa relação e a relação com todos os demais, as nossas instituições, a nossa proximidade com as pessoas".

Segundo o chefe de Estado, isso tem de ser feito "com a cultura e a partir da cultura, porque a cultura é o que permanece quando as conjunturas económicas e políticas se alteram, quando as pessoas se sucedem no permanente fluir do tempo", constitui "a verdadeira diferença entre a democracia e a ditadura".

Só juntos, em democracia, com a humilde coragem de querer mais futuro do que passado. Esta a mensagem fraterna do Presidente de Portugal, homenageando nestas Cortes o forte caráter, a vigorosa personalidade, a consistente determinação, o espírito indomável do povo espanhol. Viva Espanha, viva Portugal", concluiu.

Antes de Marcelo Rebelo de Sousa, discursou a presidente do Congresso dos Deputados, Ana Pastor.

O Presidente da República, que iniciou na segunda-feira uma visita de Estado a Espanha, já esteve esta manhã reunido com o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy.

Ainda esta tarde, o Presidente da República vai visitar a exposição “Pessoa. Toda a arte é uma forma de literatura”, no Museu Reina Sofia, m Madrid.

À noite, o chefe de Estado português oferece uma receção em honra dos Reis de Espanha no Palácio do Prado

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