Marcelo diz que época de incêndios definida "deixou de ter razão de ser" - TVI

Marcelo diz que época de incêndios definida "deixou de ter razão de ser"

  • Sofia Santana
  • com Lusa, atualizada às 13:21
  • 20 out 2017, 12:14

O Presidente da República está a visitar os concelhos afetados pelos fogos de domingo. Em Viseu, também disse que vê com "apreço" o anúncio do Governo sobre as indemnizações às vítimas

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta sexta-feira que a questão do voluntarismo na Proteção Civil vai ser discutida no Conselho de Ministro de sábado e alertou que a existência de época de incêndios definida "deixou de ter razão de ser".

Em Nelas, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu o trabalho dos bombeiros e lembrou que estas pessoas, que são na sua maioria voluntários, desempenham missões ao longo de todo o ano. A este propósito, sublinhou que "a ideia de que há um período de incêndios já deixou de ter razão de ser".

Agradecer, em nome de todos os portugueses. É muito importante aqui estar. As pessoas lembram-se deles nestas alturas [de incêndios], mas eles existem todo o ano, em outras missões. Infelizmente, há outros problemas, que não são só no verão, são também no inverno. E mesmo a ideia de que há um período de incêndios já deixou de ter razão de ser, como acabámos de verificar neste fim de semana”, alertou.

O Presidente da República, que está a visitar os concelhos afetados pelos fogos de domingo, foi questionado sobre o facto de a Proteção Civil estar assente no voluntarismo, assunto que remeteu para o Conselho de Ministro extraordinário de sábado.

Tenho a certeza que o Conselho de Ministros, com o Governo já com os dados disponíveis [de vários relatórios], e conhecendo como eu conheço, como os autarcas conhecem, o tipo de desafios que se colocam em termos de Proteção Civil aos bombeiros, quer em intervenções urbanas, quer na floresta e que se ligam muitas vezes, quer noutras intervenções, tenho a certeza que isso vai ser tratado no Conselho de Ministros.”

 

Marcelo confiante em "solução expedita" para vítimas

Antes, Marcelo considerou que estão reunidas as condições para se encontrar uma "solução expedita" no que toca à indemnização das vítimas dos incêndios. E disse que vê "com apreço" o anúncio do Executivo sobre esta matéria.

"Ontem houve acordo, tanto quanto sei, nas conversas entre os familiares das vítimas de Pedrógão e o Governo e, portanto, penso que estão criadas as condições para, na reunião de amanhã do Conselho de Ministros, como aliás o senhor primeiro-ministro tinha dito, se encontrar uma solução expedita, que corresponda aos anseios dos familiares da vitimas", frisou Marcelo.

Para o Presidente, isso terá “uma dupla vantagem: ser uma forma rápida” e também “participada pelos próprios diretamente envolvido nessa dor”.

Isso parece-me um facto a sublinhar com apreço. É bom haver essa rapidez na sequência das reuniões desta semana”, salientou.

Recorde-se que António Costa anunciou, no debate quinzenal, no Parlamento, a criação de um "mecanismo complementar" que vai permitir acelerar as indemnizações às vítimas de Pedrógão Grande.

O chefe de Estado falava aos jornalistas no hospital de Viseu, onde esteve a visitar os feridos dos incêndios que se encontram internados. O último balanço da Proteção Civil dá conta de 43 mortos nos incêndios de domingo. Dezoito vítimas mortais verificaram-se no distrito de Viseu. 

Questionado sobre se algum representante do Governo também devia estar ali, Marcelo sublinhou que tem havido um "contacto permanente" entre o Governo e os autarcas locais .

O Governo já aqui passou, o ministro encarregado das infraestruturas e dos fundos comunitários já passou por aqui. O primeiro-ministro já teve reuniões com autarcas. Há um contacto permanente que o Governo tem de ter para resolver problemas."

Sobre os doentes que visitou disse que "estão a recuperar muito bem".

"Econtrei-os com a moral muito elevada. Todos querem regressar às suas casas, às suas famílias, às suas terras."

O Presidente aproveitou para agradecer aos profissionais do hospital "a forma como responderam a 47 situações, todas de emergência, num espaço muito curto".

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