Marcelo acha que esteve "com várias Cubas durante a visita" - TVI

Marcelo acha que esteve "com várias Cubas durante a visita"

Presidente da República considera que a primeira visita de um chefe de Estado português a Cuba "correu muitíssimo bem". Seja pelas relações institucionais, seja pelos passeiso que deu em Havana

Música, charutos e táxi. Fora das reuniões com os irmãos Castro, Raul, o agora presidente, e Fidel, o antecessor e ícone vivo da revolução cubana, o presidente português teve esta quinta-feira a oportunidade de passear de táxi por Havana.

Onde a Uber certamente ainda não chegou, Marcelo Rebelo de Sousa apanhou um táxi clássico, dos anos 50 do século passado, num dos enormes modelos norte-americanos da época que ainda sobrevivem e se movem na ilha das Caraíbas. Viajou pelo "Malecón", a esplendorosa marginal de Havana frente ao oceano. 

Uma felicidade estar em Cuba e estar com Fidel", salientou Marcelo junto de estudantes da Universidade de Havana, com quem esteve na tarde de quinta-feira, assumindo que o líder histórico cubano "era uma imagem que tinha" desde adolescente.

Depois, estar com o Presidente e com os governantes, que é ver a transição do passado para o presente, pensando necessariamente no futuro. E depois estar convosco, que são mais futuro do que passado. Eu não estive com uma Cuba, estive com várias Cubas durante a visita", acrescentou.

"Não posso fazer de comentador"

Questionado por uma aluna sobre as relações entre os Estados Unidos e Cuba, o chefe de Estado respondeu: "Se eu fosse comentador político, mas não Presidente de Portugal, este seria um momento fascinante para comentar a situação política internacional, imaginam".

Como vai ser a política norte-americana, como vai ser o relacionamento norte-americano no mundo, como vai ser o futuro das posições da União Europeia? Mas como Presidente eu não posso fazer de comentador. Só posso desejar que no futuro as relações entre povos e estados de quem nós somos amigos sejam também amigas", acrescentou Marcelo.

Nesta intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que Portugal e Cuba têm neste momento "um momento único" para estreitar relações económicas.

Tem de ser agora, não só na presença portuguesa em Cuba, mas também na presença cubana em Portugal. Porque há um clima favorável, há um diálogo reforçado, há uma empatia", afirmou o Presidente.

"No Malecón a ver pescadores e a aproveitar"

Antes do encontro com os estudantes, o Presidente da República qualificou de "muito positiva" a visita a Cuba.

Correu muitíssimo bem. E houve uma disponibilidade das autoridades cubanas no sentido de tudo fazer para que corresse muito bem, isso é muito positivo", sintetizou Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo Rebelo de Sousa falou também sobre o "programa paralelo" que teve nos dois dias desta visita, que incluiu um passeio de táxi na marginal de Havana.

Foi uma incursão, digamos assim, resolvida à última da hora. Não estar um pouco mais junto ao mar era uma oportunidade perdida, portanto, tive a oportunidade de estar ali no Malecón a ver pescadores e a aproveitar", declarou.

O chefe de Estado disse que a marginal "é lindíssima" e que "percorrê-la um bocadinho fora da rigidez do programa é muito agradável", acrescentando: "Se é possível juntar o útil ao agradável, por que não?".

Quarta-feira, já Marcelo tinha desfrutado de Havana. Foi conhecer o famoso bar Floridita, imortalizado pela presença habitual nos anos 50 e 60 do século passado, pelo Nobel da Literatura, Ernest Hemingway. E revelou ter feito também "uma segunda incursão cultural numa livraria, muito frutuosa". Tudo à margem do programa oficial. E sem jornalistas.

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