Marcelo defende Europa "de braços abertos" para os refugiados - TVI

Marcelo defende Europa "de braços abertos" para os refugiados

Não deve haver "uma Europa de primeira, segunda, terceira e de quarta", defende o Presidente da República

O Presidente da República defendeu este sábado, na vila de La Couture, no norte de França, que não deve haver "uma Europa de primeira, segunda, terceira e de quarta", mas apenas "uma só Europa" de "braços abertos para os refugiados".

Não faz sentido que tantos europeus se tenham batido pela Europa para haver uma Europa de primeira, segunda, terceira e de quarta. Há uma só Europa e essa Europa é uma Europa de primeira, de igualdade entre os cidadãos europeus, uma Europa que vive a solidariedade hoje como a quis viver desde os anos 50", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa junto do monumento de homenagem aos soldados portugueses que participaram na Primeira Guerra Mundial, em La Couture, cerca de 230 quilómetros a norte de Paris.

O chefe de Estado português afirmou, também, que os soldados do Corpo Expedicionário português são "um exemplo inspirador do heroísmo" para "a construção de uma Europa que seja mais unida, mais fraterna e mais solidária", com ideais que "obrigam a ter os braços abertos para os que vêm da guerra (...) os refugiados, muitos migrantes", sublinhando que é preciso "uma visão conjunta da segurança europeia" e "solidariedade dentro da própria Europa".

O presidente discursou perante uma centena de pessoas, entre civis e antigos combatentes franceses e portugueses, com destaque para a presença de Felícia d'Assunção Pailleux, filha de um soldado português que combateu na Grande Guerra e porta-estandarte da Liga dos Combatentes da Grande Guerra e que foi vivamente cumprimentada por Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois dos discursos, de um minuto de silêncio e dos hinos português e francês, a comitiva dirigiu-se para o Cemitério Militar Português de Richebourg l'Avoué, a três quilómetros de La Couture, o único cemitério militar português em França, onde foram enterrados quase dois mil soldados portugueses mortos em combate e que estavam dispersos em vários cemitérios franceses e também os militares prisioneiros de guerra mortos na Alemanha.

As comemorações do Dia de Portugal, que se prolongam até domingo, em França, começaram na sexta-feira com uma cerimónia militar no Terreiro do Paço, em Lisboa, e com uma celebração na Câmara de Paris com o Presidente francês.

Estra manhã, o Presidente da República e o primeiro-ministro visitaram o lugar do antigo 'bidonville' - bairro de lata - português de Champigny-sur-Marne, nos arredores de Paris, onde milhares de emigrantes viveram nos anos 60 e 70, onde foram atribuídas novas condecorações a personalidades ligadas à imigração portuguesa.

Em Champigny, Marcelo Rebelo de Sousa fez um discurso de exaltação nacional, afirmando que "grande país só há um: Portugal", apesar de a França ser "excecional, e disse ser "hiperativo" em comparação com o primeiro-ministro que "é hiperoptimista".

Esta noite, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa vão ter um "encontro e jantar ligeiro" com a seleção portuguesa, no centro de treinos de Marcoussi, nos arredores de Paris.

No domingo, o Presidente da República e o primeiro-ministro vão estar na festa da Rádio Alfa, e visitar a delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição de arquitetura portuguesa na Cité de l'Architecture & du Patrimoine e a exposição do pintor Amadeo de Souza-Cardoso no Grand Palais.

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