Marcelo desafia líderes a tratarem dos problemas da UE antes das eleições - TVI

Marcelo desafia líderes a tratarem dos problemas da UE antes das eleições

  • atualizada às 19:44
  • 14 set 2017, 19:11
Marcelo Rebelo de Sousa, em visita ao Hospital de São José

Presidente da República desafiou esta quinta-feira os responsáveis europeus a não perderem a oportunidade de tratar de problemas como a União Económica e Monetária, as migrações ou o terrorismo antes das próximas eleições europeias de 2019

O Presidente da República desafiou esta quinta-feira os responsáveis europeus a não perderem a oportunidade de tratar de problemas como a União Económica e Monetária, as migrações ou o terrorismo antes das próximas eleições europeias de 2019.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que até às próximas eleições “a Europa tem uma oportunidade única, depois das eleições alemãs, para olhar para os problemas fundamentais: União Económica e Monetária, migrações, refugiados, segurança das pessoas, combate ao terrorismo, definição política da Europa no mundo, a Europa social”.

Estes problemas ou são tratados agora, antes da escolha do próximo presidente da Comissão Europeia (a campanha depois é sobre quem vai ser o próximo presidente da Comissão Europeia), ou perde-se uma oportunidade”, advertiu o chefe de Estado português em declarações aos jornalistas.

O Presidente da República resumia assim a sua intervenção no encontro do Grupo de Arraiolos, que junta este ano 13 chefes de Estado não executivos em Valeta, capital da República de Malta.

Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado sobre a realização de jogos de futebol no dia das eleições autárquicas, a 1 de outubro, mas remeteu uma resposta para quando chegar a Portugal: “Não queria comentar no estrangeiro nada nacional, logo que regresse comentarei isso, tenho ideias sobre isso”.

O chefe de Estado português falava em plena rua do centro de Valeta após cumprimentar cerca de duas dezenas de portugueses que vivem em Malta e que fizeram questão de o ver.

Antes, participou com os chefes de Estado de Malta, Áustria, Bulgária, Croácia, Eslovénia, Estónia, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Polónia numa sessão de trabalho com o tema “reclamar por uma Europa social na sombra de uma economia global predatória”.

Após a sessão, os Presidentes deslocaram-se à Co-Catedral de São João, monumento concluído em 1577 para servir de igreja conventual dos Cavaleiros de Malta e que alberga duas obras realizadas em Malta pelo pintor italiano Caravaggio (1571 – 1610) nos últimos anos da sua vida.

Na sexta-feira, os trabalhos prosseguem com a realização de mais uma sessão com o tema “gerindo desafios de segurança na área euro-mediterrânica” e termina com uma conferência de imprensa.

O Grupo de Arraiolos reuniu-se pela primeira vez na vila alentejana de Arraiolos, em 2003, por iniciativa do então Presidente da República de Portugal, Jorge Sampaio, que juntou seis chefes de Estado com poderes semelhantes aos seus para discutir o futuro da União Europeia.

Desde então, este é o 13.º encontro. O último realizou-se em Sófia, Bulgária, no ano passado, com a participação de oito chefes de Estado, da Finlândia, Hungria, Bulgária, Malta, Itália, Letónia, Polónia e de Portugal.

 

Portugueses que vivem em Malta juntam-se para ver Marcelo

Duas dezenas de portugueses que vivem em Malta e que criaram recentemente uma associação de apoio à comunidade lusa juntaram-se nas ruas de Valeta para ver o Presidente da República.

Os portugueses colocaram bandeiras nacionais nas baias de proteção junto às quais ia passar o chefe de Estado e assim que Marcelo os viu cumprimentou-os a todos, tirou algumas fotografias e perguntou-lhes como é viver em Malta.

Os chefes de Estado começaram por realizar uma sessão de trabalho e depois fizeram um percurso a pé até uma vista panorâmica deste país do Mediterrâneo, e foi no início deste caminho que se encontravam os portugueses.

Samuel Lourenço fundou a Associação de Portugueses em Malta e disse à Lusa que a ideia surgiu porque estavam “desapoiados e desprotegidos”.

Quando precisamos de tratar de um documento temos que ir a Roma [Itália] à embaixada”, exemplificou, referindo-se à inexistência de consulado português em Malta.

Outra questão que os preocupa é a falta de apoio para as crianças terem aulas de português nas escolas, referiu.

Os portugueses com quem a Lusa falou estimam que residam em Malta cerca de 400, na sua maioria com idades entre os 20 e os 40 anos, que trabalham em empresas multinacionais, na banca, ou na restauração.

Neste dia, este grupo de portugueses optou por não interpelar Marcelo Rebelo de Sousa sobre os seus problemas, preferindo brindar “ao senhor presidente”.

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