Marcelo deseja Governo estável que não dependa de acordos pontuais - TVI

Marcelo deseja Governo estável que não dependa de acordos pontuais

  • SL
  • 10 jul 2019, 14:16

Presidente da República confessou que gostava que das próximas legislativas resultasse uma "governação estável"

O Presidente da República afirmou, esta quarta-feira, desejar que das próximas eleições legislativas resulte uma "governação estável" que "não tenha de gerir à vista da costa com acordos pontuais" e, ao mesmo tempo, a "imprescindível alternativa".

Numa intervenção no 8.º Congresso Nacional dos Economistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou também o desejo de que após haja condições para se decidir sobre "matérias de consenso" como a segurança social e as alterações climáticas.

O chefe de Estado fez um discurso de vinte minutos em que traçou sete desafios para o período "crucial" que vai até 2021, em primeiro lugar, "mobilizar a abstenção para o voto" e, em segundo, "manter o essencial do sistema partidário", para que este "possa reformar-se sem ruturas mais ou menos drásticas".

No seu entender, em terceiro lugar, há que ver "como configuram os portugueses o equilíbrio de forças dentro dele, para que consensos essenciais de regime sejam viáveis, governação estável se afirme, e alternativa garanta a efetiva vitalidade do sistema político".

Ou seja, que por essa via se consensualizem estratégias estruturais, a governação não tenha de gerir à vista da costa com acordos pontuais e o sistema não fique debilitado por falta de imprescindível alternativa", acrescentou o Presidente da República.

Outra questão fundamental é "se matérias de consenso inevitáveis podem finalmente ser encaradas, da qualificação e inovação às novas formas de trabalho, da demografia à segurança social e à solidariedade social e territorial efetiva, mas realista, da globalização no investimento e nas exportações aos reptos climáticos", apontou.

Como já terão entendido, no que respeita ao Presidente da República, o desejável seria a resposta positiva a todas ou ao maior número de questões elencadas. Portugal ganharia com esse facto e poderia perder em caso contrário", afirmou, no final.

Entre os sete desafios para o período até 2021, Marcelo Rebelo de Sousa incluiu também a capacidade dos parceiros políticos e económicos para "dar expressão cabal ou pelo menos mínima a anseios da sociedade, por essa via, minimizando riscos sistémicos e, em conformidade, reduzam inorganicidades e escaladas pontualmente tentadoras".

Por outro lado, é preciso assegurar "a prossecução daquilo que existe de mais adequado e significativo hoje nas finanças e na economia, e que não pode e deve ser perdido", advertiu.

Por fim, de acordo com o chefe de Estado, há que ver "se, tudo referido, se verifica antes, durante e para além da trabalhosa presidência da União Europeia no primeiro semestre de 2021".

Como quem diz, se a visão a prazo, sensata, mas reformista, permite converter essa presidência numa oportunidade ganha e não num desempenho externo distanciado do pulsar da nossa sociedade - o que significaria, a suceder, replicar experiências que nos não são completamente estranhas", completou.

Perante os economistas na plateia, Marcelo Rebelo de Sousa reforçou a mensagem de que estes "serão meses e anos muito relevantes" para o futuro do país, "em que o político pode, e muito, interferir no económico e social, para bem ou para mal".

Compete a todos nós ponderarmos estes e mais desafios que nos aguardam, e que são essenciais para os anos seguintes", concluiu, manifestando confiança "no consabido bom senso de experiência feita dos portugueses".

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