"É mais importante saber como vai ser o ano que vem do que este ano", até porque o Governo tem dito que a meta fixada para 2015 "é para manter", afirmou, citado pela Lusa.
Marcelo acredita que "o défice fique no valor que tem sido referido, abaixo dos 3% este ano". E quanto a 2016?
"Sobretudo que a linha definida pelo orçamento para o ano que vem seja de saída da crise e, ao mesmo tempo, de bom senso financeiro e olhe para a situação social de muitos portugueses que sofreram nestes quatro anos e meio de crise"
No entanto, para o candidato, "o mais importante é que há Governo, que fez passar o seu programa e prometeu à União Europeia que até janeiro apresentará já um primeiro mas completo projeto de orçamento".
A garantia de um orçamento, salientou, é o assunto "mais importante do debate e da situação política portuguesa", esperando um documento aprovado até ao fim do primeiro trimestre de 2016. "Sem isso, não é possível saber como serão as finanças e a economia para o ano que vem", assinalou.
Recorde-se que a análise à execução orçamental até setembro da Unidade Técnica de Apoio Orçamental, conhecida na quinta-feira ao final do dia, o défice em contas nacionais (as que contam para Bruxelas) deve ter ficado acima dos 3,7% do PIB entre janeiro e setembro deste ano, um valor acima da meta do anterior Governo para a totalidade do ano e dos 3% necessários para deixar o Procedimento por Défices Excessivos.
Sobre a situação política em Portugal, à entrada de uma missa na Catedral de Maputo, em memória do antigo primeiro-ministro social-democrata Francisco Sá Carneiro, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "o pior que podia haver era a instabilidade governativa".
"Qualquer Presidente da República consciente só pode formular votos de sucesso ao Governo em funções", insistiu o antigo líder do PSD, um dia depois do Governo socialista liderado por António Costa ter entrado em plenitude de funções com a aprovação do seu programa pela Assembleia da República.
Marcelo Rebelo de Sousa foi um dos oradores na abertura do primeiro fórum económico e social de Moçambique (Mozefo), que se iniciou na quarta-feira em Maputo, e na ocasião estabeleceu uma relação entre desenvolvimento e pactos políticos e sociais.
Assumindo que estava a falar de um modo geral, o candidato reconheceu que também se referia ao seu país: "Portugal precisa de quem construa consensos, convergências. Perderam-se muitos consensos de regime. É fundamental manter a importância da concertação social", defendeu, acrescentando que a existência de pactos políticos e sociais em Portugal "é cada vez mais atual".