Marcelo já tem retrato oficial: “Gostei muito. Apanhou-me no estilo" - TVI

Marcelo já tem retrato oficial: “Gostei muito. Apanhou-me no estilo"

  • PP
  • 9 jun 2017, 18:47

Presidente da República elegeu o mestre Bessa, um artista do Porto, que considera que lhe "apanhou a maneira de ser"

O Presidente da República escolheu hoje no Porto o "retrato oficial" que deverá representá-lo no fim do mandato, da autoria do mestre Bessa, artista da cidade, que “apanhou o estilo e a maneira de ser” do chefe de Estado.

“Ele tem uma Ribeira espetacular, é um bom retratista e, no meu caso, no retrato feito há cerca de um ano, apanhou o estilo e a minha maneira de ser. É um bom retrato daquilo que terá sido, no final, o meu mandato na Presidência da República”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas depois de inaugurar, pelas 15:00, a exposição “O Foral do Porto. 1517-2017”, na Casa do Infante, no centro do Porto.

Referindo-se ao “quadro oficial”, que conheceu hoje no ateliê do artista, na rua do Almada, e que foi feito a partir de uma fotografia, o Presidente da República disse que “gostou muito” do resultado, uma vez que o pintor o “apanhou no estilo e na ideia global”.

A intenção do chefe de Estado é, agora, guardar o quadro para o oferecer como “retrato oficial” ao Museu da Presidência da República, quando Marcelo Rebelo de Sousa terminar o mandato.

“Gostei muito. Apanhou-me no estilo, na ideia global. Estou muito inclinado a ser o retrato que irá para a galeria de retratos do Museu da Presidência da República”, afirmou o chefe de Estado.

Marcelo contou que foi “uma jovem investigadora portuguesa” que encontrou em Paris, e que hoje reencontrou no Porto, quem lhe falou no mestre que tinha pintado um retrato do Presidente e lho queria oferecer.

De um acaso, saiu uma escolha para o fim do meu mandato”, observou.

Marcelo Rebelo de Sousa contou, ainda, que mestre Bessa fez o retrato a partir de uma fotografia de Marcelo Rebelo de Sousa, escolhida “entre muitas”.

Pareceu-me uma escolha feliz”, notou.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o mestre Bessa comprometeu-se a ir entregar o quadro a Belém nos próximos tempos.

O chefe de Estado vai “conservá-lo para, na altura em que deixar de ser Presidente da República”, o “oferecer ao Museu da Presidência”.

Mestre Bessa é, também, autor de retratos do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, de Guilherme Pinto, o presidente da Câmara de Matosinhos que morreu este ano, do presidente da Câmara de Arouca, José Tavares Neves, e do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.

Retribuir um abraço

António Bessa explicou  à agência Lusa que decidiu retratar Marcelo Rebelo de Sousa - "o presidente de um povo" - para retribuir um abraço do chefe de Estado.

A obra tem 1 metro e 40 centímetros de altura por um metro de largura. No centro de uma tela pintada a óleo que demorou cerca de dois meses a executar, está Marcelo Rebelo de Sousa sentado numa escada "exatamente como ele é, informal e com ar sorridente", descreveu António Bessa.

Por baixo, num quadro de lousa, lê-se "Marcelo R. Sousa - Presidente de um povo é ser povo". Em frente, um enorme de vidro faz a ponte entre a galeria/ateliê do mestre António Bessa e uma das ruas mais movimentadas do coração da cidade do Porto.

É no número 314 da rua do Almada que "mora" o quadro que Marcelo Rebelo de Sousa, que está de visita a Porto para presidir às comemorações do 10 de Junho, pondera escolher para o representar no fim do mandato, colocando-o na galeria de retratos do Museu da Presidência da República.

O chefe de Estado visitou hoje a galeria no meio de uma agenda "muito atrapalhada", como descreveu à Lusa o pintor António Bessa que recebeu Marcelo Rebelo de Sousa cerca das 13:30 depois deste ter "disparado rua acima" alertado por "uma senhora que passava por ele e lhe contou que um mestre assim assim tinha um retrato dele na montra".

Ele chegou com os seguranças todos atrás, entrou com a Guarda Civil e a assessoria toda, surpreendeu-se com o quadro e surpreendeu-me a mim. Disse-me que gostava que este fosse o seu retrato oficial e perguntou aos assessores como podia levá-lo. Eu sugeri ‘oh presidente se quiser eu levo-lho a casa'. E ele convidou-me a ir a Lisboa. ‘Traga-mo até ao final do mês'. Eu fiquei sem fala: ‘oh meu Presidente, isso é uma maravilha. Fica combinado', disse-lhe"

António Bessa, 63 anos, pintor "desde que se conhece por gente", decidiu pintar Marcelo Rebelo de Sousa quando há um ano se cruzou com o chefe de Estado num jardim da Foz do Porto e este lhe deu um abraço.

"Ele agora queria comprar-me o quadro mas eu prometi retrata-lo porque senti aquele abraço como um abraço vindo do povo. Este presidente é um fenómeno", descreveu o pintor que, questionado sobre quais as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa ao visitar a galeria, contou ter ouvido do Presidente da República a frase: "Este quadro é de todos os quadros que me pintaram, o mais fiel".

António Bessa pintou o "presidente dos afetos" de frente "para o povo" e "com as pessoas a apreciar ao passar na rua". Usou duas fotografias para se inspirar. Preferiu, continuou a descrever à Lusa, o "presidente sorridente ao invés do presidente com ar pensativo" e à medida que executava a obra, as pessoas interagiam consigo exatamente dando-lhe abraços.

Ficam especadas a olhar através da montra, pedem para entrar e abraçam-me. Algumas pessoas vieram uma vez e voltaram mais tarde para ver a evolução da obra", contou António Bessa que se instalou no número 314 da Almada há cinco anos, mas já faz parte do cenário desta rua há mais de 30.

 

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