O Presidente da República (PR) elogiou esta sexta-feira o “líder da oposição e candidato a primeiro-ministro”, Rui Rio (PSD), pela atuação “exemplar” de colocar “o interesse nacional à frente do partidário” na crise da Covid-19, dando “ao país uma força” inimaginável.
Em declarações aos jornalistas na base militar de Ovar, onde almoçou com o presidente do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa vincou que, na fase “mais aguda” da pandemia, “os portugueses estavam unidos, precisavam de ver os seus políticos unidos e viam o líder da oposição com sentido de Estado”, o que “deu ao país uma força que não se imagina” e “os portugueses não o esquecerão”.
Um dos motivos pelos quais vim aqui foi para saudar Rui Rio como líder da oposição e candidato a primeiro-ministro. Como líder da oposição, foi um exemplo. Acho que não conseguiria fazer o que ele fez, nomeadamente numa circunstância como esta, de todos os dias ter de enfrentar situações novas e inesperadas”, afirmou o Presidente no concelho que enfrentou a primeira e mais longa cerca sanitária devido à covid-19, onde vai esta tarde estar com o primeiro-ministro, António Costa.
O PR explicou a presença hoje em Ovar do líder do PSD e do primeiro-ministro porque Ovar foi não só o concelho que teve "a primeira cerca sanitária" como "a mais duraroura e mais penalizada em termos de população", que "foi a mais resistente".
Constituiu um exemplo particularmente doloroso mas também insipirador da luta dos portugueses que ainda não terminou", destacou,
"Não podendo ir a todo o país, escolhi um exemplo simbólico fortíssimo – da intervenção das Forças Armadas, do presidente da Câmara, da população e do exemplo do líder da oposição", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa elogiou ainda a vereação e o presidente da Câmara de Ovar, frisando que este "foi um herói".
Os nossos autarcas foram heróis. Ele foi dos primeiros e dos mais testados e sacrificados heróis de entre os autarcas portuguesas. Nunca desistiu, nunca se resignou, não teve um momento de desanimo. Foi de coragem ilimitada", destacou o PR.
Marcelo referiu que "os autarcas tiveram de descobrir testes e mascaras onde não existiam, tiveram de telefonar para o PR, para o primeiro-ministro, para o líder de oposição, para todo o mundo, todos os dias" e "tiveram de tomar decisões muito controvertidas, em cima da hora".
"Não é este o momento" de falar sobre recandidatura a PR
O Presidente da República recusou hoje abordar uma eventual recandidatura, frisando que as preocupações dos portugueses são a vida, saúde, emprego, rendimento e salários, admitindo que a partir de novembro se fale de "outras coisas".
“Acho que não, seria um desperdício [falar sobre candidaturas presidenciais no almoço com o presidente do PSD]. Hoje vamos falar do que é prioritário, que é o que ainda estamos a viver [devido à covid-19]. O resto tem o seu momento. Não é este o momento”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República vincou que “o que preocupa os portugueses é a vida, a saúde, o emprego, o rendimento e os salários”.
Quanto ao resto, “não é este o momento", declarou.
"Há prioridades. O que preocupa mais os portugueses, hoje, é isto”, vincou, acrescentando que "em novembro, dezembro, janeiro, poderá falar-se de outras coisas”.
Na quarta-feira da semana passada, durante uma visita à Volkswagen Autoeuropa, o primeiro-ministro, António Costa, manifestou a expectativa de esperar regressar àquela fábrica com o atual Presidente da República já num segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, contando, portanto, com a sua recandidatura e reeleição.