Marcelo "estupefacto" com notícia de que Novo Banco precisa de mais capital - TVI

Marcelo "estupefacto" com notícia de que Novo Banco precisa de mais capital

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  • RL
  • 15 jun 2020, 17:26

Novo Banco vai precisar de mais capital do que o previsto para este ano devido ao impacto da Covid-19

O Presidente da República declarou esta segunda-feira ter ficado "estupefacto" com a notícia de que o Novo Banco vai precisar de mais capital do que o previsto para este ano devido ao impacto da Covid-19.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre este assunto depois de ter dado uma aula em direto para o projeto de ensino à distância #EstudoEmCasa, nas instalações da RTP, em Lisboa.

Eu não costumo comentar casos concretos de vida de instituições bancárias. Portanto, eu ouvi a notícia, fiquei estupefacto com ela, mas verdadeiramente não comento esse tipo de notícias, para não estar a entrar na situação concreta de instituições financeiras", respondeu o chefe de Estado.

O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, afirmou em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, divulgada no domingo, que "a deterioração da situação económica leva a necessidades de capital ligeiramente suplementares" às que estavam estimadas para este ano e que foram comunicadas ao Fundo de Resolução.

O dinheiro recebido pelo Novo Banco para se recapitalizar totaliza 2.978 milhões de euros desde 2017, depois de em 8 de maio o Governo ter confirmado que foi realizada uma nova injeção de capital através do Fundo de Resolução bancário.

O montante transferido nessa semana foi realizado ao abrigo do mecanismo acordado na venda do Novo Banco à Lone Star, em 2017, segundo o qual o Fundo de Resolução compensa o banco por perdas em ativos com que ficou na resolução do Banco Espírito Santo.

Contudo, uma vez que o Fundo de Resolução, entidade financiada pelos bancos que operam em Portugal, não tem o dinheiro necessário às injeções de capital no Novo Banco, todos os anos pede dinheiro ao Estado, a quem deverá devolver o empréstimo ao longo de 30 anos.

Desta vez, dos 1.037 milhões de euros que o Fundo de Resolução colocou no Novo Banco, 850 milhões de euros vieram diretamente do Estado.

Também em 2018, dos 1.149 milhões de euros postos no Novo Banco, 850 milhões de euros vieram de um empréstimo do Tesouro. Em 2017, dos 792 milhões de euros injetados, 430 milhões de euros vieram de um empréstimo público.

No total, o Novo Banco já recebeu 2.978 milhões de euros do Fundo de Resolução para se recapitalizar, dos quais 2.130 milhões de euros foram de empréstimos do Tesouro.

O Governo prevê que a economia portuguesa recue 6,9% em 2020 e cresça 4,3% em 2021.

Marcelo não espera já "fumo branco" do Conselho Europeu, mas apenas em julho

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta segunda-feira que não espera "fumo branco" na reunião desta sexta-feira do Conselho Europeu quanto ao plano de recuperação para as economias atingidas pela covid-19, mas apenas em julho.

Eu aí não estou excessivamente otimista. Penso que não será neste Conselho Europeu que teremos fumo branco. Acho que é muito cedo ainda para os países que têm dúvidas, reticências, aprovarem exatamente aquilo que era necessário que a Europa aprovasse para enfrentar as consequências da pandemia", declarou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava em resposta a questões dos jornalistas, acrescentou: "Seria ótimo que não fosse assim, seria ótimo que no dia 19 estivesse tudo aprovado, mas acho mais provável ter de se esperar pela presidência alemã e pelo mês de julho para ter essa aprovação".

No final de maio, o Presidente da República elogiou a Comissão Europeia e a sua presidente, Ursula von der Leyen, pela proposta de um fundo de recuperação 750 mil milhões de euros para minimizar os efeitos económicos e sociais da pandemia de covid-19, do qual se prevê que Portugal possa beneficiar de 26,3 mil milhões de euros.

Na altura, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que esta seria "uma ajuda muito, muito importante para o arranque da economia portuguesa depois dos custos sociais da pandemia" e disse esperar que o Conselho Europeu esteja à altura da coragem que no seu entender foi demonstrada pela Comissão Europeia.

Segundo o chefe de Estado, "a presidente da Comissão Europeia [Ursula von der Leyen] teve um momento Delors, quer dizer, um momento de coragem, pôs a bitola muito alta".

No entanto, salientou que "é preciso que venha a ser aprovado em Conselho Europeu", acrescentando: "E eu espero que os 27 países e os seus responsáveis estejam à altura daquilo que se espera da Europa, porque a grande vencedora nisto tudo é a Europa. Se a Europa estiver unida, forte e apostar no futuro, quem ganha é a Europa".

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