Marcelo insiste na vacinação de menores: "Se não há razões decisivas de saúde pública, há de natureza educativa" - TVI

Marcelo insiste na vacinação de menores: "Se não há razões decisivas de saúde pública, há de natureza educativa"

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 8 ago 2021, 21:22

Presidente da República voltou a defender a vacinação das faixas etárias dos 12-15 anos, mostrando-se preocupado com o novo ano letivo

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se este domingo preocupado com o próximo ano letivo e utilizou o caso alemão como exemplo de uma mudança na posição técnica da vacinação dos mais jovens.

Falando aos jornalistas no encerramento do Festival Internacional de Documentário de Melgaço, o Presidente da República lembrou o "grande argumento" que fez o governo nacional e dos estados alterar a sua opinião sobre a imunização dos menores.

Se não há razões decisivas de saúde pública, há uma razão de natureza educativa, que é a abertura das escolas e o evitar que o próximo ano letivo seja como o anterior", disse, referindo-se ao persistente perigo de que a infeção de um aluno determine o confinamento de uma ou de várias turmas.

O Presidente da República disse ainda que a ponderação destas questões relativas às faixas etárias dos 12 aos 15 anos faz sentido, "a pensarmos que daqui a um mês está a começar o novo ano letivo". "Nós queremos que seja nas melhores condições de saúde pública, mas também nas melhores condições educativas", referiu.

Marcelo foi ainda abordado sobre a possível necessidade da administração de uma terceira dose, mas sublinhou que essa é uma decisão que cabe ao Governo.

Não quero avançar com opinião sobre essa matéria. É uma matéria de decisão política do Governo, não do Presidente, mas é evidente que eu percebo a preocupação do Governo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado sobre a intenção do Governo de realizar uma campanha de teste serológicos, nomeadamente nos lares, relacionada com a avaliação da necessidade de administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19, o Chefe de Estado apontou “o exemplo dos profissionais de saúde, dos professores e de outros setores que foram vacinados em primeiro lugar, vai fazer seis meses para garantir serviços básicos”.

É preciso acompanhar os anticorpos. Mantêm-se os anticorpos no mesmo grau, ou não? Até agora a opinião comum é que é duradoira a presença de anticorpos, mas é preciso verificar. Como é que isso se faz? Com testes serológicos que permitem apurar como estão as resistências provocadas pela vacina. Concordo com isso, é uma preocupação que faz sentido”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionado sobre o aumento do número de surtos em lares, o chefe de Estado disse existir “um lado normal”, nessa situação, apelando para um “acompanhamento atento”.

Há um lado normal que ao fim de seis meses da vacinação, surjam franjas da população que não foi vacinada, mesmo nos grupos de risco ou em que há, como noutras vacinas, casos de contágio, que é o que está a acontecer em casos isolados em lares. Não são propriamente casos generalizados”, referiu.

A pandemia de covid-19 fez pelo menos 4.287.427 mortos em todo o mundo, entre mais de 202,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, desde que a OMS detetou a doença na China em finais de dezembro de 2019, segundo o último balanço da France-Presse com base em dados oficiais.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.467 pessoas e foram registados 986.967 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

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