Marcelo insurge-se no PE contra “comentários divisionistas” - TVI

Marcelo insurge-se no PE contra “comentários divisionistas”

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  • 22 mar 2017, 17:26
Marcelo Rebelo de Sousa

Sem referir explicitamente o presidente do Eurogrupo, o Presidente português falava em declarações conjuntas com o presidente do PE, que por sua vez acusou Dijsselbloem de comentários sexistas "inaceitáveis"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, criticou esta quarta-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas, “comentários divisionistas” de líderes europeus, numa altura em que a Europa precisa é de "declarações que sublinhem a união" entre os Estados-membros.

Em declarações conjuntas com o presidente da assembleia, Antonio Tajani, após uma breve audiência, o chefe de Estado português, sem referir explicitamente o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que “não faz sentido fazer qualquer tipo de comentário que divida a Europa”.

Não há Europa do sul, do leste, do oeste e do norte. Nós somos diferentes mas somos unidos. Neste momento precisamos é de declarações que sublinhem a nossa união, não as nossas divisões”, declarou, em inglês.

Pouco depois, num breve encontro com eurodeputados portugueses, o Presidente da República voltou a lamentar “comentários divisionistas desnecessários, que não contribuem para a solidariedade entre as pessoas e as sociedades”.

Parlamento Europeu (PE), Antonio Tajani, condenou esta quarta-feira “preconceitos e estereótipos” como os “comentários inaceitáveis” do líder do Eurogrupo, após o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa.

Na conferência de imprensa conjunta com o Presidente da República, na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, Tajani salientou que os comentários de Jeroen Dijsselbloem são “inaceitáveis”.

Ninguém tem o direito de ofender qualquer nação ou povo com comentários racistas ou sexistas, os comentários do presidente do Eurogrupo são inaceitáveis”, sublinhou.

Agora, mais do que nunca, é importante ultrapassarmos preconceitos e estereótipos”, disse Tajani, acrescentando que “chefiar o Eurogrupo é uma enorme responsabilidade, especialmente considerando o impacto da crise financeira nas nas vidas dos nossos cidadãos”.

Os portugueses, disse ainda “fizeram enormes sacrifícios durante a crise económica, não tem sido fácil, tem sido mesmo difícil, mas a graças à sua coragem e orgulho, estou convencido de que o pior já passou”.

O Governo português, por intermédio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na terça-feira, e do primeiro-ministro, António Costa, esta quarta-feira, já pediram o afastamento de Dijsselbloem da presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, posição subscrita por Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontra de visita a Bruxelas.

Jeroen Dijsselbloem acusou, em declarações ao diário alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung publicado na segunda-feira, os países do sul da UE de “gastar todo o dinheiro em copos e mulheres”.

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