O Presidente da República, na chegada ao Porto para dar continuidade às cerimónias de tomada de posse, ouviu os trabalhadores da Groundforce em protesto e garantiu-lhes que existe uma "intenção de encontrar uma resposta" para o bloqueio existente entre a Pasogal e a TAP.
Tenho acompanhado, podem ter a certeza, e continuarei a acompanhar", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa disse compreender "perfeitamente" a "situação pessoal e familiar" destes trabalhadores e lembrou o impacto económico da paragem de atividade deste setor.
Compreendo perfeitamente a vossa siatuação pessoal e familiar. Sendo certo que o país está todo em crise, no vosso caso isso significa, em termos salarias, uma situação que naturalmente é muito penosa e muito complicada".
Tudo o que seja uma paragem da vossa atividade, bloqueia tudo o que é fundamental para a entrada e saída do nosso país por via aérea", acrescentou.
O chefe de Estado garantiu que é "testemunha" do esforço que tem sido feito para se encontrar uma resposta: "Eu sou testemunha que se tem estado em cima dos acontecimentos, atuando em relação a eles".
Há a intenção de se encontrar uma resposta", defendeu.
O Governo está a tentar encontrar uma resposta perante os novos problemas que se vão descobrindo e que não sabia que existiam, o que “às vezes demora tempo”, ressalvou.
Mais de duas centenas de trabalhadores da Groundforce manifestaram-se esta terça-feira no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e aguardaram a chegada do Presidente da República para denunciarem a situação "extremamente grave" que vivem e pedirem ajuda ao Governo.
Os cerca de 2.400 trabalhadores da Groundforce aguardam ainda pelo pagamento dos salários de fevereiro e receiam a perda dos postos de trabalho, caso seja pedida a insolvência da empresa, depois de não ter sido alcançado acordo entre o acionista privado, a Pasogal (50,1%) e a TAP (49,9%).
Segundo fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, as negociações, que já se arrastavam há vários dias, falharam, porque Alfredo Casimiro, dono da Pasogal, não pode entregar as ações como garantia para o empréstimo, uma vez que já se encontram penhoradas.
Em causa estão as negociações para um adiantamento de 2,05 milhões de euros para pagamento de salários em atraso, relativos a fevereiro, que seria feito pela TAP à Groundforce, em que as ações da Pasogal seriam dadas como garantia.