António Costa lançou logo foguetes, quem o ouviu parecia que o PS era igual ao Syriza (...) e, depois, que não era o PASOK. [Durante a semana], a esquerda moderada começou a ver que há medidas que concordavam ou não. António Costa quis usar como campanha eleitoral e não se saiu bem»
« Paulo Portas usou a teoria da vacina dita suavemente, dizendo que somos diferentes dos gregos, na economia e na política. Passos Coelho foi a chamada teoria da vacina dura. Entrou em campanha eleitoral e começou a dizer que [o programa do Syriza] era um «conto de crianças».
«Acho que António Costa disparatou, Passos Coelho também, quanfo começou a comentar o que se passa na vida política desse país, nesses termos»
Nem a chanceler alemã Angela Merkel fez isso, notou ainda o professor, lembrando que «fez comunicado vago através do porta-voz». O primeiro-ministro «não foi sensato». «Depois foi encolhendo a linha» e, no debate quinzenal, focou-se apenas na dívida, rejeitando discutir a renegociação da dívida e ontem, também, quando disse aos gregos que tinham de ter «cuidado».
No seu comentário habitual no Jornal das 8 de domingo, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou, ainda, a reação da «grandes entusiastas», Bloco de Esquerda e Livre, que falaram num «efeito dominó imparável». O professor considera que «não há razões nem para as grandes euforias da esquerda, nem razões para começar a berrar que a vacina aí está e vai ter resultados».
Para a Grécia, deixou algumas mensagens de prudência, dizendo que «talvez não seja boa política» criar medidas que vão «avolumar» a dívida. «Não é possível chegar à europa e dizer 'mudamos isto tudo' (....). Ao lado do problema grego, há um problema europeu. Se não houver bom-senso, [as medidas do Syriza] conduzem a desastre para a Grécia e para a Europa. A austeridade não é um fim, é um meio. [Mas] a Europa não está a crescer», admitiu.
«Eu continuo na minha: bom senso da parte da europa, espaço negocial (…) e realismo da parte dos gregos
Não é um governo aventureiro. Fez promessas e quer cumprir, mas tem pouca experiência. Tsipras já recuou varias vezes. Está a apalpar terreno. Defendo um diálogo realista, possível para a Europa em geral e para a Grécia»
Marcelo Rebelo de Sousa destacou, pela positiva, o «bom senso» em relação a todos considerarem que a Grécia deve ficar no euro.
Já sobre as declarações de Cavaco Silva sobre o BES, e o facto de não querer dar mais esclarecimentos sobre o assunto, o professor entende que o Presidente da República «não esteve bem» quando disse que «nunca» falou sobre o assunto no passado.
Marcelo Rebelo de Sousa não tem dúvidas de que os partidos já entraram em campanha eleitoral, «cedo demais»: «Não há paciência» .
Sobre as acusações trocadas entre Ana Gomes e Paulo Portas sobre o caso dos submarinos, o professor entende que se trata de um confronto mais político do que jurídico .
Comentou, ainda, os maus resultados da prova dos professores (35% chumbou), assinalando que o ministro da Educação «quase gozou» com os erros .
Quanto às críticas do FMI sobre o abrandamento das reformas em Portugal, disse que, «em parte tem alguma razão» , mas sobre o défice, por exemplo, «razão nenhuma».