Marcelo receita “confiança e cooperação” a checos e portugueses - TVI

Marcelo receita “confiança e cooperação” a checos e portugueses

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República discursou, "com o coração, em vez de ler a intervenção que tinha preparada", após a assinatura, em Lisboa, do protocolo para a criação do Conselho Económico e Comercial Portugal-República Checa

O Presidente da República receitou esta quinta-feira "confiança e cooperação" nas que considera promissoras relações entre Portugal e a República Checa e anunciou ir retribuir a visita do homólogo no próximo ano.

Marcelo Rebelo de Sousa discursou, "com o coração, em vez de ler a intervenção que tinha preparada", após a assinatura do protocolo para a criação do Conselho Económico e Comercial Portugal-República Checa, entre a Confederação da Indústria da República Checa (SPCR) e a Associação Industrial Portuguesa (AIP), na sede desta última, em Lisboa.

"A política é sobre as pessoas, pessoas comuns, e os líderes. Demos estes passos, conhecendo-nos mutuamente, como países e como pessoas. Os portugueses estão prontos não só para compreender os checos, mas para construir mais cooperação e mais confiança", concluiu o chefe de Estado luso.

O chefe de Estado classificara a visita de Estado do presidente checo, "a primeira depois de 12 anos", como "um muito bom recomeço" e "um grande sucesso".

"A República Checa é um país antigo, com velhas raízes. Lutaram pela vossa independência, pela liberdade e a democracia, pelo vosso lugar na Europa e no mundo. Nós fizemos o mesmo, um país antigo, com tradição e muitos séculos, mas a lutar todos os dias por melhores economia, democracia, mais liberdade", afirmou, assinalando, contudo, os desafios que se avizinham: ‘Brexit' [a saída do Reino Unido da União Europeia], problemas da união económica, bancária e digital, a política de segurança e externa da União Europeia, as relações com outros países e regiões do mundo.

Lembrando as "ligações" de Portugal com a NATO e a UE, tal como os checos, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou o peso das comunidades portuguesas, a presença na América Latina e "um pouco por todo o mundo desde há séculos".

"Podemos fazer muito, não só bilateralmente, mas também multilateralmente, trabalhando em conjunto", prognosticou o Presidente da República, revelando ter aceitado na quarta-feira, "imediatamente", o convite para uma visita à República Checa, "um país bonito, com pessoas bonitas, importante e no meio da Europa".

"As relações entre as pessoas e os países assentam na confiança. Vocês são confiáveis como país e povo e nós também. Melhoraram muito dentro da União Europeia (UE) tal como nós. São muito importantes nas áreas da agricultura, comércio, num grupo de países de média dimensão, com uma situação geoestratégica muito importante", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O presidente checo, Milos Zeman, em visita a Portugal desde quarta-feira, voltou a destacar a aposta na troca de investimentos, mais do que de produtos, entre os dois países, e defendeu uma estratégia em que ambos os lados ganham.

"Devemos ser justos. Se dececionarmos os nossos parceiros, perdemos. Podemos ter sucesso a curto prazo, mas não a longo prazo", considerou.

Como exemplo de estratégia em que ambos os lados perdem, Zeman também referiu o ‘Brexit'. O chefe de Estado checo tem defendido a realização de um referendo sobre a permanência na República Checa na UE e na NATO, apesar de considerar que o país não deve sair do bloco europeu.

Sobre a visita a Portugal, o presidente checo referiu que "o mais importante" é procurar conseguir "uma química pessoal entre os Presidentes", além de procurar a cooperação parlamentar - depois de ter visitado a Assembleia da República, de manhã - e "ajudar um pouco a cooperação económica".

Zeman vai ainda encontrar-se com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que lhe vai entregar a chave da capital portuguesa e termina a deslocação a Portugal de novo ao lado de Rebelo de Sousa, no Palácio da Cidadela, em Cascais, onde haverá um concerto e a inauguração da exposição "Carlos IV e a Fé".

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