Marcelo teve "encontro caloroso" com Trump com divergências na imigração - TVI

Marcelo teve "encontro caloroso" com Trump com divergências na imigração

  • 27 jun 2018, 22:46

Presidente revela que políticas de imigração foram principal divergência face ao número um norte-americano

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quarta-feira que teve "um encontro caloroso" com o seu homólogo Donald Trump, em que ficaram expressas as convergências, mas também as divergências, desde logo quanto à política de imigração.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas portugueses na Chancelaria da Embaixada de Portugal em Washington, logo após a sua reunião com o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, na Sala Oval da Casa Branca.

Segundo o chefe de Estado português, houve das duas partes "disponibilidade não apenas para falar, mas para ouvir" e "o mesmo calor que houve na parte afirmativa de convergência, houve na parte de existência de divergências", sendo a política de imigração "uma das áreas de divergência".

Sempre que eu tenho oportunidade de explicar por que é que Portugal acolhe imigrantes, explico. E aproveito para fazer pedagogia, para explicar como é a realidade portuguesa", referiu Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando: "Nenhum encontro é exceção a esta prática que eu adoto sempre".

Acho que é muito importante, porque, por muito que conheçam Portugal, descobrem sempre um Portugal desconhecido e que pode ser pedagógico e interessante conhecer", considerou.

Interrogado sobre se falou com Donald Trump especificamente sobre a situação na fronteira dos Estados Unidos com o México e do que isso representa em termos de Direitos Humanos, o Presidente da República não quis "entrar em pormenor".

Mas digo-vos o seguinte: não houve nada, mas verdadeiramente nada, de relevante naquilo que era convergente ou divergente que não tivesse sido tratado", realçou.

Trump usa o Twitter

Imagem de marca, Donald Trump usou a conta de Twitter para dar conta do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa na Casa Branca.

Hoje, foi uma grande honra receber o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa", escreveu Trump.

"Papel de ponte"

Após o encontro com Trump, o Presidente português defendeu que Portugal ganhou peso na cena internacional, o que "obriga [o país] a mais contactos", embora mais curtos, e que Rússia, China e os Estados Unidos conhecem esse "papel de ponte".

Tendo ao seu lado o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o chefe de Estado português referiu-se a essa reunião de hoje, mas também ao "encontro de cortesia" que teve na semana passada com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e à visita do Presidente da China, Xi Jinping, a Portugal prevista para o final deste ano.

O papel de ponte de Portugal é muito importante. Isso sabe-se. Os três protagonistas sabem que Portugal tem esses encontros, e tem-nos permanentemente e de forma natural, e nisso consiste a sua intervenção como ponte", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "há uma mudança em algumas feições da concretização da política externa portuguesa".

Portugal hoje tem um peso na cena internacional que obriga a mais contactos internacionais, a mais próximos contactos internacionais, mesmo quando mais curtos", com "visitas de trabalho mais numerosas, mais intensas e mais curtas", acrescentou.

De acordo com o Presidente da República, a declaração feita hoje por Donald Trump de que a relação com Portugal "nunca foi tão boa" corresponde ao "reconhecimento objetivo e lúcido da importância de Portugal no relacionamento bilateral e multilateral para os Estados Unidos da América" no atual contexto.

Nunca o contexto foi tão propício como agora para em termos de defesa, segurança e energia podermos dar passos importantes, nunca foi tão propício para sermos ponte entre os Estados Unidos da América, o Reino Unido e os Estados Unidos, nunca foi tão propício a sermos ponte com outros continentes", sustentou.

Continue a ler esta notícia