Marcelo volta a apelar ao consenso: obra deve ser para "dez, 15 anos", não para quatro - TVI

Marcelo volta a apelar ao consenso: obra deve ser para "dez, 15 anos", não para quatro

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República diz que devia existir mais consensos "para que não mudassem as políticas cada vez que muda o Governo, na educação, na saúde, na segurança social ou nos tribunais”

O Presidente da República afirmou esta segunda-feira que não é uma mania o apelo que faz “dia sim dia sim ao consenso” e defendeu consensos em aspetos fundamentais para que as políticas não mudem sempre que muda o Governo.

Marcelo Rebelo de Sousa, que discursava em Boticas, distrito de Vila Real, no âmbito da iniciativa “Portugal Próximo”, disse ter sido desafiado pelo autarca local, Fernando Queiroga, para reunir com os partidos e convencê-los a entenderem-se menos e a fazer mais consensos.

Todos já notaram que eu apelo dia sim dia sim ao consenso e as pessoas acham que é uma mania, ou que é para ficar bem na fotografia, mas não é”, afirmou.

E continuou: “É porque num país como o nosso, numa Europa como aquela em que vivemos, num mundo que atravessa um momento difícil, há aspetos fundamentais da nossa vida comum em que devia haver consenso, para que não mudassem as políticas cada vez que muda o Governo, na educação, na saúde, na segurança social, nos tribunais”.

Marcelo referiu que uma obra que se comece agora “é para olhar para um horizonte de cinco, 10, 15 anos, não é para olhar para um horizonte de quatro anos ou pouco mais”.

O Presidente da República disse que os “partidos têm o seu papel a desempenhar, são eles que têm um papel fundamental na democracia, exprimem opiniões diferentes, apresentam candidatos diferentes, nas câmaras, como nas freguesias ou na Assembleia da República”.

Agora em aspetos que são tão importantes e tão duradouros era útil que houvesse um maior entendimento, no essencial, depois podem ter preferências nisto ou naquilo”, frisou.

E garantiu que o Presidente está atento e que “de manhã, à tarde e à noite” pensa nisso.

Não se sabe mas faço permanentes contactos. Estou permanentemente atento àquilo que é possível fazer para que, nesses domínios que são fundamentais, haja aproximação possível entre os portugueses, porque havendo aproximação entre portugueses há aproximação entre partidos”.

No terceiro discurso que fez hoje ao sol, sempre com temperaturas acima dos 30 graus, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de frisar que também o “Portugal Próximo” “não é uma mania do Presidente” e que não “é o Presidente querer andar a correr o país à força”.

É que as pessoas precisam mesmo de comunicar, de desabafar, de sentir que se está próximo, nem que mais não seja para entregar uma carta que eu depois leio à noite”, salientou.

E nestas deslocações pelo país, o Presidente da República já recebeu centenas de cartas e aproveitou para chamar a atenção para os problemas do país.

Marcelo arrancou hoje com o segundo “Portugal Próximo” que, depois de 15 iniciativas e de passar por três distritos (Vila Real, Bragança e Guarda), termina quarta-feira.

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