PSD e CDS aprovam apoio a Marcelo para Presidente - TVI

PSD e CDS aprovam apoio a Marcelo para Presidente

Conselhos Nacional dos dois partidos reuniram-se na noite de quinta e, já de madrugada, chegou a confirmação. Marcelo Rebelo de Sousa é a escolha de Passos e Portas

O Conselho Nacional do PSD aprovou. já na madrugada desta sexta-feira, por unanimidade, uma recomendação de voto na candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa dirigida aos eleitores do partido, proposta pela direção nacional social-democrata. 

Também o Conselho Nacional do CDS-PP aprovou, na quinta-feira, por esmagadora maioria, a deliberação apresentada pela direção do partido para recomendar o voto no candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa, na sede nacional dos centristas, em Lisboa. 
 

Nos termos do texto aprovado pelo órgão máximo do PSD entre congressos, ficou decidido "recomendar aos eleitores do PSD o voto na candidatura do professor Marcelo Rebelo de Sousa".


Esta recomendação é feita tendo em consideração "a perspetiva que o professor Marcelo Rebelo de Sousa oferece, quanto ao desempenho das funções de Presidente da República, de equilíbrio político, de fidelidade aos compromissos europeu e atlântico de Portugal e a correta interpretação que faz dos poderes constitucionais do chefe de Estado", refere o texto.

No documento aprovado, o PSD defende que o atual quadro de governação do PS, com o apoio dos partidos à sua esquerda, aumenta a importância de "garantir, nas eleições para a Presidência da República, a expressão do equilíbrio entre as várias correntes do país", no sentido de um reforço da "opção estratégica europeia e atlântica".

Na "deliberação" do Conselho Nacional do PSD são também citados excertos da moção do presidente do partido, Pedro Passos Coelho, aprovada no último Congresso, há dois anos, no que respeita às presidenciais - que foi entendida por Marcelo Rebelo de Sousa como uma tentativa de excluir uma candidatura sua a Belém.

"A iniciativa de candidatura deve partir dos potenciais candidatos e deve representar e traduzir uma substância política própria" e "o presidente deve comportar-se mais como um árbitro ou moderador, movendo-se no respeito pelo papel dos partidos mas acima do plano dos partidos", são os excertos citados.


"Cata-vento de opiniões erráticas"


Nessa moção de estratégia global, Passos Coelho defendia também que o Presidente da República não deve "tornar-se numa espécie de protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes
ou num cata-vento de opiniões erráticas
em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político" nem "buscar a popularidade fácil".

Sendo supra partidário, "também não pode colocar-se contra os partidos ou os governos como se fosse apenas mais um protagonista político na disputa política geral", referia ainda essa moção, intitulada "Portugal acima de tudo!".

Estes últimos excertos não são citados na "deliberação" que foi submetida pela Comissão Política Nacional do PSD ao Conselho Nacional.

O antigo presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa é o único candidato desta área política às eleições presidenciais de 24 de janeiro.

Esta reunião do Conselho Nacional do PSD teve início pelas 21:30 de quinta-feira e terminou pela 01:30 de sexta-feira.

A meio dos trabalhos, em conferência de imprensa, o porta-voz do PSD considerou que, "atendendo às candidaturas que se apresentaram", Marcelo Rebelo de Sousa é o candidato "que dá mais garantias a Portugal de ter a preparação indispensável para um exercício competente, responsável, do cargo de Presidente da República"
.

"Esta é uma candidatura completamente independente de partidos, mas é uma candidatura que terá envolvimento natural do nosso partido, através dos nossos dirigentes e dos nossos militantes que, não de uma forma orgânica ou de uma forma institucional, mas a título individual seguramente que não deixarão de prestar todo o apoio a esta candidatura, porque é uma candidatura que defende os interesses de Portugal", acrescentou Marco António Costa.


Apoio do CDS a Marcelo aprovado com 116 votos a favor e só um contra


Entre os conselheiros presentes, 116 votaram favoravelmente, três abstiveram-se e um votou contra o nome do antigo presidente do PSD, comentador político e docente universitário de Direito, segundo fonte oficial centrista.

"A forma independente como a candidatura nasceu e a forma abrangente como se tem afirmado distinguem-no de outros candidatos".


Palavras do líder democrata-cristão, Paulo Portas, antes da reunião, definindo Rebelo de Sousa como um futuro Chefe de Estado com "respeito pelo regime semi-presidencial - nem poderes a mais, nem a menos".

"Um defensor das opções europeias e atlânticas de Portugal", descreveu Portas, sublinhando que já existem um Presidente da Assembleia da República socialista, um Primeiro-Ministro socialista, um Governo socialista e um Presidente da Câmara Municipal de Lisboa socialista e "não há vantagem em acrescentar a esta lista um Presidente da República socialista".


Na hora da despedida, um obrigado a Cavaco


O presidente do PSD, Passos Coelho, apresentou na quinta-feira à noite, perante o Conselho Nacional do seu partido, um voto de congratulação pela "forma exemplar" como Aníbal Cavaco Silva exerceu as funções de Presidente da República.

Passos Coelho teve este gesto para com Cavaco Silva na mesma reunião em que o Conselho Nacional do PSD - órgão máximo deste partido entre congressos - vai votar uma recomendação de voto na candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa dirigida aos eleitores do partido.

Esta informação foi transmitida pelo porta-voz do PSD, em conferência de imprensa, a meio da reunião do Conselho Nacional.

Marco António Costa disse que Passos Coelho "apresentou um voto de congratulação pela forma exemplar como o senhor professor Aníbal Cavaco Silva exerceu o alto cargo e a função de Presidente da República".

O vice-presidente e porta-voz do PSD defendeu este voto de congratulação, considerando que o exercício das funções presidenciais por Cavaco Silva nos últimos dez anos foi feito "sempre de uma forma isenta, apartidária e sempre em conformidade com a defesa do superior interesse nacional", como reporta a Lusa. 
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