Depois de o semanário “Expresso” ter noticiado, no sábado, a colocação de chefes de gabinete do Governo para postos diplomáticos que tinham sido encerrados, o PS veio esta segunda-feira afirmar, pela voz de Marcos Perestrello, que estas nomeações constituem um “escândalo” e “a vergonha do país”.
“O fecho e a abertura de embaixadas deixou de ser ditado pelo interesse nacional para ser feito ao abrigo dos interesses dos membros dos gabinetes do Governo e do próprio primeiro-ministro. A abertura de embaixadas para colocação de chefes de gabinetes de um Governo em debandada é um escândalo em qualquer parte do mundo e a vergonha do país.”
O "clientelismo" apontado pelos socialistas não se esgotou aqui. Perestrello criticou ainda "os pedidos governamentais” aos serviços da tutela para a análise do programa eleitoral socialista. Isto depois de, no sábado, o Ministério da Economia ter confirmado que houve um pedido “indevido” de informações sobre o programa do PS por parte de um serviço daquele ministério. O partido liderado por António Costa fala em "violação grave das regras democráticas" e diz que este não foi um caso isolado.
O relatório do Tribunal de Contas sobre a privatização da EDP e da REN, conhecido este domingo, também mereceu a reação do PS. O Tribunal diz que, no caso destas privatizações, o Governo não tomou medidas legislativas "que acautelassem os interesses estratégicos do Estado Português após a conclusão do processo de privatização". O PS exige que o Governo clarifique o seu papel na escolha dos consultores.“Os pedidos governamentais conhecidos recentemente, feitos por gabinetes do Governo aos serviços do Estado sob sua tutela, sob a sua direção, para analisarem o programa eleitoral do PS constitui uma violação grave das regras democráticas e das leis da República e não se tratou de um caso isolado.”
"Segundo este relatório, o processo traduziu-se em elevados prejuízos para o Estado e é imperativo que o Governo preste esclarecimentos sobre o seu papel na escolha destes consultores."