PS de luto: País "perdeu mulher extraordinária" - TVI

PS de luto: País "perdeu mulher extraordinária"

  • Redação
  • AM (atualizada às 15:57)
  • 7 jul 2015, 08:25

Em comunicado, também António Costa e o Secretariado Nacional do PS afirmaram "partilhar da grande emoção, profunda dor e sensação de perda que neste momento é sentida por todos os socialistas"

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A ex-presidente do Partido Socialista (PS), Maria de Belém Roseira, lamentou esta terça-feira a morte de Maria Barroso, considerando que se perdeu uma “mulher e pedagoga extraordinária, que vai deixar muitas saudades”.

Em declarações à agência Lusa, Maria de Belém Roseira disse, que apesar de esperada, a notícia da morte “é um choque”.

“É um corte em relação à presença física de uma pessoa extraordinária, que teve uma vida de intervenção quando era difícil, que manteve sempre uma dignidade e uma capacidade de enaltecer”, disse, salientando que Maria Barroso abraçou causas por vezes difíceis.


A ex-presidente do PS considerou também que Maria Barroso foi uma “pedagoga excecional e uma mulher grande” que trabalhou até ao fim dando o melhor de si própria.

“Era uma pessoa que estava sempre disponível quando precisavam dela e quando achavam que a sua presença era importante, não só pelo seu simbolismo, como também pelo conteúdo, pela densidade e firmeza das suas intervenções”, sublinhou.


Maria de Belém Roseira salientou ainda que Maria Barroso era pessoa com uma “sensibilidade extraordinária que, felizmente manteve as suas capacidades até ao fim e cujo desaparecimento físico vai deixar uma enorme saudade”.
 

"Uma mulher de talentos múltiplos"


O presidente do PS, Carlos César, lembrou hoje Maria Barroso, fundadora do partido que morreu na madrugada passada, como "uma mulher de talentos múltiplos", que "honrou Portugal e honra o PS".
 

"Maria Barroso foi uma mulher de talentos múltiplos. Não apenas uma atriz, mas uma mulher da cultura. Não apenas diretora de uma instituição educativa, mas uma pedagoga. Não apenas uma ativista pela democracia e pela paz, mas em particular uma militante socialista e humanista, uma mulher sem fronteiras que honrou Portugal e honra o PS", disse Carlos César, na Horta, Açores, em declarações aos jornalistas.


O presidente do Partido Socialista revelou que conheceu Maria Barroso "poucos meses depois" do 25 de abril de 1974 e manifestou "grande reconhecimento" à esposa do ex-Presidente da República Mário Soares.
 

"Tenho uma memória pessoal e familiar de grande reconhecimento pelo apoio que sempre prestou a mim e à minha mulher nas minhas atividades ao longo destes anos", disse Carlos César, que manifestou, em nome do PS, "o sentimento de pesar" pela morte de Maria Barroso e dirigiu "uma mensagem de solidariedaade" a Mário Soares, aos seus filhos e "a todos os seus familiares".

 

PS de luto e bandeiras do partido colocadas a meia-haste


O secretário-geral do PS e a direção socialista manifestaram esta terça-feira "profunda emoção e consternação" pelo falecimento de Maria de Jesus Barroso, mulher do ex-Presidente da República Mário Soares, considerando representar uma perda irreparável para o país.

"O PS e o seu secretário-geral, António Costa, manifestam a sua mais profunda emoção e consternação pelo falecimento da nossa camarada, fundadora e militante n.º 6, Maria de Jesus Simões Barroso Soares. A sua morte constitui uma perda irreparável para o PS e para o país, que nela sempre viu - e admirou - uma mulher de combate, com uma atividade incansável em prol dos seus ideais e das suas convicções", refere a nota de condolências subscrita pelo líder dos socialistas.

Em comunicado, o secretário-geral do PS destaca que Maria Barroso começou a demonstrar cedo uma atitude "indomável perante a vida ao abandonar uma carreira onde já era reconhecida como uma das melhores atrizes portuguesas para partilhar o combate pela democracia com o seu marido, Mário Soares, estando presente no ato fundador do PS, em 19 de abril de 1973, em Bad Munstereifel, na Alemanha".

"Mas Maria Barroso sempre teve uma voz e um papel próprios nesse combate", tendo sido candidata pela oposição democrática em 1969, salienta-se também no comunicado assinado pelo secretário-geral do PS.


Em relação ao período após o 25 de Abril de 1974, António Costa refere que Maria Barroso "constituiu sempre uma voz ativa em defesa dos valores da democracia e da solidariedade, incansável na defesa dos mais desfavorecidos e no combate à exclusão social".

"Em 1976 foi eleita pela primeira vez deputada pelo PS, tendo sido reeleita em mais três legislaturas. Maria Barroso foi uma exemplar primeira-dama de Portugal, com uma ação permanente e influente nos mais diversos domínios sociais. Depois disso foi presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, com a dedicação e o empenho de sempre. Viria a fundar a Fundação Pro Dignitate, em prol dos Direitos Humanos, com atividade em Portugal e nos países de Língua Oficial Portuguesa nessa área e na da prevenção da violência", refere o líder socialista.

António Costa destaca ainda Maria Barroso como pedagoga, "com uma ação notável à frente do Colégio Moderno" em Lisboa.

"Maria Barroso teve uma vida cheia, sendo sempre capaz de aliar essa sua intervenção na sociedade à sua sempre presente condição de mulher, mãe e avó. O PS acaba de perder hoje uma sua grande referência, uma militante notável e sempre empenhada. Portugal perde uma cidadã excecional", salienta o secretário-geral do PS.

A nota de condolências de António Costa termina com a citação de um poema de Sophia de Mello Breyner, que foi amiga de Maria de Jesus Barroso:

"Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação,
E nunca as minhas mãos ficam vazias".

A direção nacional dos socialistas também já manifestou "grande emoção, profunda dor e sensação de perda" pela morte de Maria Barroso Soares e ordenaram que as bandeiras do partido sejam colocadas a meia-haste.

O PS também tem já disponível um livro de pêsames na sede nacional, em Lisboa, para todos os cidadãos que pretendam transmitir condolências à família do ex-Presidente da República Mário Soares pela morte de Maria de Jesus Barroso.
 

"Grande mulher, grande portuguesa e grande socialista"


Já o presidente do Grupo Parlamentar socialista, Ferro Rodrigues, considerou hoje que Maria de Jesus Barroso foi uma "grande mulher, grande portuguesa e grande socialista".
 

"Morreu uma grande mulher, uma grande portuguesa, uma grande socialista", destacou o ex-secretário-geral do PS, num comunicado enviado à agência Lusa.


Numa nota, Eduardo Ferro Rodrigues deixou uma mensagem de condolências à família Maria de Jesus Barroso.
 

"A Mário Soares, ao nosso companheiro João Soares, a Isabel Soares e a toda a família apresento a solidariedade e a sentida homenagem do Grupo Parlamentar do PS", acrescenta Ferro Rodrigues.

 

Eurodeputados do PS organizam tributo no Parlamento Europeu


A delegação do PS ao Parlamento Europeu vai organizar uma cerimónia simbólica na quarta-feira, no hemiciclo de Estrasburgo, como "último tributo" a Maria Barroso, "uma lutadora pela democracia".

A delegação do PS enviou hoje um convite a todos os deputados da família dos Socialistas Europeus (S&D), assistentes e funcionários portugueses, para participarem na homenagem, que terá lugar diante do plenário, às 11:30 locais, a mesma hora a que se realizará o funeral (10:30 de Lisboa), à margem da sessão plenário que decorre esta semana em Estrasburgo, França.
 

O tributo a Maria Barroso, indica o convite, ao qual a Lusa teve acesso, visa "evocar o seu legado marcante e inspirador enquanto lutadora pela democracia e pela tolerância e como europeísta ".


A delegação do PS, liderada pelo eurodeputado Carlos Zorrinho, enviou também uma carta de condolências à família de Maria Barroso, a dar conta de "solidariedade na partilha da dor" pela morte de "alguém que, ao longo da vida, foi uma bandeira, uma voz resistente, ativa e solidária, na defesa da democracia, da liberdade e da justiça".
 

"Combatente antifascista, fez da cultura uma exigência da liberdade, da política uma reivindicação de dignidade", lê-se ainda na missiva, à qual a Lusa teve acesso.


 
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