Swap: PSD volta a chamar ministra das Finanças - TVI

Swap: PSD volta a chamar ministra das Finanças

Maria Luís Albuquerque (Lusa/José Sena Goulão)

Adão Silva acusou a oposição de entrar «numa lengalenga»

O deputado social-democrata Adão Silva anunciou hoje que o PSD irá voltar a chamar a ministra das Finanças antes do encerramento da comissão de inquérito sobre os swap e acusou a oposição de entrar «numa lengalenga».

Questionado sobre a posição do PS, PCP e BE, que pediram a demissão da ministra das Finanças, Adão Silva afirmou que «é uma lengalenga que já vai cansando» e assegurou que a ministra das Finanças irá ao Parlamento «as vezes que forem necessárias» para prestar todos os esclarecimentos.

A este propósito, Adão Silva anunciou que o PSD tem a intenção de requerer a presença de Maria Luís Albuquerque «no encerramento dos trabalhos da comissão» de inquérito para que possa fazer «uma abordagem global» do que foi debatido e responder às perguntas que os deputados queiram fazer num «debate que há de ter o tempo que for preciso».

«Aquilo que nos ficou é que a oposição quer retorcer as palavras, algumas afirmações, para bater sempre no mesmo e dizer que há um responsável, a ministra das Finanças, que não tem condições e deve demitir-se. Nós achamos que isto de facto é muita lengalenga, é quase uma obstinação», criticou Adão Silva.

PS, PSD e BE pediram a demissão da ministra das Finanças depois de na segunda-feira o antigo presidente da Estradas de Portugal, Almerindo Marques, ter dito na comissão de inquérito que Maria Luís Albuquerque foi a responsável do IGCP que deu o parecer favorável ao contrato swap celebrado pela EP em 2010.

Questionado pelo PCP sobre o conhecimento do atual executivo sobre o recurso ao instrumento de gestão de risco financeiro (swap), Almerindo Marques afirmou que a atual ministra das Finanças conhecia a operação desde o início, já que foi a técnica do IGCP que deu o parecer favorável à operação.

Sobre este ponto, o deputado Adão Silva disse que ficou claro na reunião que Maria Luís Albuquerque «conhecia este processo» mas tinha, enquanto técnica, uma «responsabilidade diminuta» na validação do contrato já que «acima dela havia mais responsáveis e particularmente as tutelas políticas».

«Ontem aquilo que foi claro é que Maria Luís Albuquerque conhecia este processo do contrato da Estradas de Portugal mas ela não era a responsável pela validação deste contrato», disse.

Adão Silva acrescentou que os «verdadeiros responsáveis» eram «o ministro das Finanças da altura, Teixeira dos Santos e o secretário de Estado do Tesouro Carlos Costa Pina».

«Esses sim eram os verdadeiros responsáveis e afinal parece que esses agora não tem responsabilidade nenhuma. Uma técnica, que tem uma responsabilidade diminuta, que está numa hierarquia de responsabilidade muito abaixo é completamente responsável e todas as pessoas que tinham a responsabilidade superior de decidir ou não decidir eclipsaram-se», ironizou.
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