“O BE e o PCP têm um entendimento pleno, amplo sobre quase todas as matérias que são cruciais do ponto de vista orçamental. Nas matérias em que o PCP e o BE não se entendem PSD e CDS também não se entendem e isso nunca foi problema. Dizer que há duas negociações a decorrer não significa que não haja um acordo entre os partidos e que esse acordo não seja sólido, consistente e estável.”
Num debate no Jornal da 8 e na 21ª Hora, que contou também com o deputado do CDS Adolfo Mesquita Nunes, a bloquista sublinhou que, "mais do que questões práticas", este acordo inclui "um compromisso político" que prevê a reposição gradual dos rendimentos e a defesa do Estado social. E "responde aos anseios do Presidente da República", acrescentou.
“Este é um acordo político. Não estamos a falar apenas de questões práticas e medidas concretas que defendemos. Este acordo político prevê condições de estabilidade e de garantia dessa estabilidade mediante o cumprimento de condições políticas.”
A garantia de Mariana Mortágua surgiu em resposta às palavras de Adolfo Mesquita Nunes, que criticou a existência de vários acordos à esquerda. O centrista questionou a estabilidade de uma aliança que não assina um único documento, entendendo que isto significa que os partidos não estão, afinal, todos de acordo.
Sobre as medidas que estiveram em cima da mesa das negociações entre o PS e o BE, Mortágua deixou claro que se tratam de propostas neutrais do ponto de vista orçamental."Há uma coisa que sabemos já. A partir do momento em que não há um acordo e há três acordos uma coisa é clara: não estão todos de acordo sobre as mesmas coisas, sobre o mesmo ritmo e sobre o mesmo programa caso contrário assinariam o mesmo documento."
“São medidas neutrais do ponto de vista orçamental: onde vamos aumentar despesa propomos rubricas de redução de despesa ou aumento de receita."