CGD: PSD e CDS acusam Centeno de "aumentar incerteza" - TVI

CGD: PSD e CDS acusam Centeno de "aumentar incerteza"

Orçamento do Estado em debate no Parlamento

No entanto, nenhum dos deputaos respondeu quando questionado sobre quais eram as necessidades de capital da CGD quando o anterior governo PSD/CDS saiu de funções, remetendo esta matéria para o debate na comissão parlamentar de inquérito à Caixa

O PSD e o CDS consideraram esta quarta-feira no parlamento que o ministro das Finanças, Mário Centeno, está a "aumentar a incerteza" em relação à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a criar "um vendaval de boatos".

Mário Centeno, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, responsabilizou hoje o anterior governo PSD/CDS-PP pelo "desvio enormíssimo" no plano de negócios da CGD, que ultrapassou os 3.000 milhões de euros.

Há um desvio enormíssimo no plano de negócios que o governo anterior geriu com a CGD, que atinge verbas superiores a 3.000 milhões de euros, e que tão diligentemente o governo anterior acompanhou", acusou Mário Centeno.

O deputado social-democrata Leitão Amaro e a deputada centrista Cecília Meireles falaram aos jornalistas, à margem da audição parlamentar, para lamentar estas afirmações do ministro das Finanças, que consideraram ser irresponsáveis.

Leitão Amaro afirmou que Mário Centeno "veio aumentar a incerteza e a insegurança sobre a CGD quando veio falar de desvios de um plano de negócios de 3.000 milhões de euros", lamentando que, "ao contrário do que devia ter feito, o ministro das Finanças não respondeu e não informou quais são as necessidades de financiamento da Caixa".

O deputado do PSD elencou ainda uma série de informações que o governante "não disse e devia ter dito", nomeadamente que "eventuais diferenças face a previsões de rentabilidade se devem à queda significativa da Euribor, que é muito boa para os portugueses que têm créditos à habitação, mas que esmaga a margem financeira dos bancos", que "foram reconhecidas imparidades para limpar os créditos que foram gerados de forma irresponsável na década de 2000" e que, "nos últimos quatro anos, a Caixa melhorou a sua situação".

Quando precisávamos que o Governo trouxesse confiança e transparência, o Governo veio, pela voz do ministro das Finanças, criar um facto que é falacioso e que deixa uma dúvida e uma incerteza que não faz sentido. Esta história de hoje [o desvio de 3.000 milhões de euros identificado no plano de negócios] não corresponde a um buraco na Caixa", disse ainda Leitão Amaro.

Também a deputada do CDS Cecília Meireles fez uma declaração aos jornalistas em que disse que "o ministro das Finanças tem tendência para escolher os dias em que joga a seleção nacional para falar sobre a Caixa" e que "infelizmente faz declarações que são muito incompletas e que agravam o verdadeiro vendaval de boatos em que este Governo envolveu a CGD".

A parlamentar lamentou ainda que Mário Centeno não tenha respondido às duas questões que o CDS considera pertinentes: "Quanto é que isto nos vai custar a todos e quando é que vai haver esta recapitalização?".

Para Cecília Meireles, "a maneira como todo este assunto tem vindo a ser tratado, com cada vez mais boatos e cada vez menos informação, é uma forma muito irresponsável de tratar este assunto".

Questionados sobre quais eram as necessidades de capital da CGD quando o anterior governo PSD/CDS saiu de funções, nenhum dos deputados respondeu à pergunta, remetendo esta matéria para o debate na comissão parlamentar de inquérito à Caixa.

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