Soares: em Democracia, Sócrates não era tratado como «cão» - TVI

Soares: em Democracia, Sócrates não era tratado como «cão»

Na primeira entrevista depois de visitar o ex-primeiro-ministro na prisão, ex-Presidente da República não acredita que indícios dos crimes sejam verdadeiros e recusa estar a fazer qualquer pressão sobre a Justiça

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Mais sereno, horas depois de ter visitado José Sócrates na prisão, Mário Soares conversou com a jornalista da TVI Constança Cunha e Sá, condenando a polícia e quem a tutela por ter tratado Sócrates «como um cão». «Quando havia Democracia, isso nunca foi um processo normal», atirou.

«Não estava à espera [da visita], depois de ter sido tratado como foi [pela] polícia e [pelos] que mandam na polícia, o que é que você julga…Acha que um antigo ministro, vem, é agarrado por polícia, vão-lhe a casa buscar os papéis e fazer toda a espécie de tropelias, põem-no a viver como um cão aqui e acolá…»


Mário Soares revelou que José Sócrates ficou «naturalmente» muito emocionado com a sua visita: «Ficou com as lágrimas nos olhos e eu também quando nos vimos e nos abraçámos. A mim comoveu-me muito e a ele também».

E teceu duras críticas à forma como decorreu a detenção no aeroporto e os dias em que o ex-primeiro-ministro esteve detido: «Quando havia democracia no país, nunca foi processo normal. Nunca foi um processo normal».

«Na minha opinião, o José Sócrates tem sofrido muito e tem tido uma coragem extraordinária. Estive muito tempo a falar com ele para perceber isso».


Sobre os indícios fortes e graves que lhe são imputados, Mário Soares disse apenas: «É preciso saber se são verdadeiros». Disse que acredita porque acredita que não são. «Você verá», disse à jornalista da TVI.

O ex-Presidente da República recusou, ainda, estar a tecer qualquer pressão sobre a Justiça: «Não, nenhum medo disso. Nunca fiz pressão sobre a Justiça e não era hoje que ia fazer. O que tenho visto é que não houve um julgamento prévio. Acho isto, fiquei com esta convicção. Já a tinha antes e por isso é que o fui visitar, porque sou amigo dele».
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