Soares: Nino «era um homem violento e morreu na violência» - TVI

Soares: Nino «era um homem violento e morreu na violência»

Presidente da Guiné foi assassinado esta segunda-feira

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ACTUALIZADA ÀS 18h35

O ex-Presidente português Mário Soares disse que o chefe de Estado guineense João Bernardo «Nino» Vieira, assassinado esta segunda-feira em Bissau, «era uma homem violento e morreu na violência».

«Nino» Vieira assassinado (vídeo)

«Ele (Nino) era um homem violento, em si próprio, e morreu na violência», declarou Mário Soares à Agência Lusa.

Para justificar esta declaração, Soares contou uma história: «Ele tinha mandado prender duas pessoas do foro da justiça - um juiz e um procurador - e a família deles procurou-me. Eu falei com ele por telefone e ele disse-me que eles iam ser poupados. Mas nessa altura já os tinha morto.»

O ex-chefe de Estado considerou que os assassínios do Presidente guineense e do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas do país, Tagmé Na Waié, são «lamentáveis».

«Habilidoso na área militar»

Mário Soares disse também que «Nino» Vieira «era um homem muito habilidoso na área militar». O histórico dirigente do Partido Socialista (PS) acrescentou ainda que o Presidente falecido «foi um dos expoentes na guerra de descolonização na Guiné-Bissau, com grande capacidade de mobilização».

«Spínola dizia que ele era o homem da Guiné, tinha de ser ele. Foi um grande guerreiro», afirmou.

VEJA O VÍDEO

Soares referiu que a ajuda dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) neste momento de crise na Guiné-Bissau é importante para que o país não caia no caos político.

«Eu concordei com a medida do Governo português em convocar uma reunião da CPLP», indicou. «É uma coisa necessária: que todos os países de língua portuguesa se unam para ajudar a impedir que se caia num caos ou num banho de sangue, ou em qualquer coisa parecida», referiu ainda o ex-Presidente português.

A reunião extraordinária convocada pela CPLP, refira-se, decorre durante a tarde desta segunda-feira, em Lisboa.

O Presidente guineense foi assassinado por militares depois de no domingo um atentado à bomba ter provocado a morte ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waie.
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