Com a voz embargada, José Sócrates falou com a TVI ao telefone para reagir à morte de Mário Soares, que recordou como "um grande amigo". Um homem que, na sua opinião, foi "o político mais importante e mais influente da segunda metade do século XX no nosso país".
O antigo Presidente da República foi visitar o ex-primeiro-ministro à prisão de Évora. Sócrates não se referiu a esse momento, mas disse que perdeu também "um grande companheiro".
Soares foi um "combatente pela liberdade, pelas suas convicções" e o ex-primeiro-ministro destacou a sua "coragem física e moral que não tem paralelo na história recente".
Sempre se afirmou como um personagem lutador. quando oiço tantas vezes valor da vondade e da coragem na vida política, ele sempre almejou o impossível e tornou possível. Recordo-o também como um político que soube liderar os combates pela reconciliação interna".
Exemplo disso foi o seu discurso na noite da primeira vitória eleitoral que ninguém previa "Foi um apelo à reconciliação. Ainda me recordo das suas palavras: esta é a vitória da tolerância".
Ou seja, Soares "soube fazer o combate e a concórdia" e "nunca foi paternalista nem nunca aceitou o paternalismo como uma linha política".
Para a a minha geração foi o fundador da democracia portuguesa e o que mais nos inspirou".