Tiveram "três anos para resolver o problema do Banif” - TVI

Tiveram "três anos para resolver o problema do Banif”

Marisa Matias

Marisa Matias acusa Governo de Passos de conivências com "crimes económicos"

A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, acusou hoje o antigo governo do PSD/CDS de ter enganado os portugueses sobre o Banif e de ter sido conivente com o que classificou de “crimes económicos”.
 

“Não falaram do Banif para não interferir na saída limpa (…), e portanto enganaram-nos, enganaram todos os cidadãos em Portugal, foram coniventes com estes crimes económicos. São crimes económicos de que estamos a falar e portanto deviam era ter resolvido”, declarou a candidata do BE, Marisa Matias, à saída do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos (Porto), que hoje visitou.


Marisa Matias lamentou que o PSD e o CDS tivessem tido “no mínimo três anos para resolver o problema do Banif” e não tenham feito e recordou que houve “oito pedidos de resolução à Comissão Europeia por parte da administração privada do Banif.
 

“O Governo do PSD e do CDS o que fizeram foi ignorar e ficarem passivos relativamente a qualquer negociação que pudesse proteger os portugueses e as portuguesas”, acrescentou a candidata presidencial.


Questionada pelos jornalistas sobre a votação de hoje do Orçamento Retificativo – que acabou por ser viabilizado pelo PSD, com votos contra da esquerda - Marisa Matias asseverou que não havia nenhuma crises política.

“Nós não estamos com nenhuma crise política. Nós estamos é a assistir a um problema que foi arrastado, uma bomba relógio que foi trazida nas mãos do Governo, do governador do Banco de Portugal, (…) e do ainda atual Presidente da República, portanto o que nós assistimos é uma conspiração de silêncios que foi feita com total conivência do Presidente da República e, portanto, que resulta de um processo anterior. Não se abre nenhuma crise política. Infelizmente já se sabia do Banif, em particular, o Governo que estava, o Presidente da República que está ainda em funções e o governador do Banco de Portugal”, afirmou.

Segundo Marisa Matias o Governo “já sabia do Banif”.

“Não quiseram fazer rigorosamente nada por razões meramente taticistas, eleitorais e isso prejudica mais a nossa vida do que qualquer outro caso”.

Marisa Matias reconheceu que no essencial são precisas soluções.
 

“O que de facto está aqui em causa é que soluções nós precisamos de ter, com a cooperação de todas as instituições para que os contribuintes não voltem a pagar a fatura. Porque os portugueses e as portuguesas estão fartas de pagar para os bancos e com razão”


O parlamento aprovou hoje na generalidade o Orçamento retificativo apresentado devido à resolução do Banif, com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD e os votos contra do BE, PCP, CDS-PP, PEV e PAN.
 

Há muito para fazer na Justiça e Integração


Marisa Matias também alertou hoje que há muito a fazer na área da Justiça e na integração de quem já cumpriu pena na sociedade.
 

“Viemos a um Estabelecimento Prisional que de facto é exemplar, mas há muito a fazer no antes, no durante e no depois, porque a sociedade onde a Justiça não funcione são sociedades muito mais desiguais e onde a pobreza é ainda um fator maior para o cumprimento de penas, porque infelizmente a Justiça não é igual parta todos”, declarou aos jornalistas.


Para demonstrar o atual estado da Justiça em Portugal, Marisa Matias referiu o caso de uma mulher de 80 anos que hoje entrou naquele estabelecimento para cumprir seis anos de pena de prisão, de uma infração cometida em 1994, que transitou em 1996.

“Passaram 20 anos, esta senhora tem agora 80 anos, para que venha cumprir a pena de seis anos de prisão e portanto isto diz muito do que há a fazer em termos de Justiça em Portugal”, observou a candidata às Presidências.

A área da integração de quem já cumpriu as penas é outra das preocupações que a candidata do BE a Presidente da República destacou, recordando que há uma taxa de reincidência porque “não há condições à saída para que as pessoas que passam por estabelecimentos prisionais possam ter integração na sociedade como deve de ser”.

“A questão da Justiça é fundamental no funcionamento de uma democracia”, defendeu.
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