«Acho, manifestamente, que é uma declaração bastante infeliz do presidente da CE porque nunca a dignidade de Portugal nem dos portugueses foi beliscada, pela troika ou qualquer das suas instituições. Só posso classificá-la como declaração infeliz», afirmou Marques Guedes, na conferência de imprensa após o conselho de ministros, em Lisboa.
O luxemburguês Jean-Claude Juncker afirmara quarta-feira que a troika «pecou contra a dignidade» de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros.
«Pecámos contra a dignidade dos cidadãos na Grécia, Portugal e muitas vezes na Irlanda também», disse Juncker perante o Comité Económico e Social, admitindo que a afirmação pode parecer «estúpida» dita pelo ex-presidente do Eurogrupo.
«O programa da troika, imposto nomeadamente a Portugal, é um programa bastante duro, cuja dureza tinha a ver com a situação extremamente difícil em que o país se encontrava. É conhecido que Portugal conseguiu, através da credibilidade e confiança que granjeou, ir fazendo correções ao próprio programa, em termos de metas e objetivos», referiu o responsável governamental português.
Para Marques Guedes, as metas e objetivos «eram manifestamente desajustados porque tinham sido mal negociados de início».
«Cumprimos e Portugal conseguiu sair da situação difícil e merecer a confiança dos parceiros europeus», destaco