"Neste momento está em vigor até 12 de setembro uma lei da Assembleia da República que, de facto, determina que, mesmo estando ao livre, quando não é possível manter o distanciamento, se mantenha a utilização da máscara", explica à TVI a ministra da Saúde, Marta Temido, esclarecendo uma dúvida que tem sido levantada num momento em que sabemos que 70% da população portuguesa está já vacinada contra a covid-19.
A ministra sublinha que essa é "uma medida de cautela" que está em vigor em vários países.
Se estamos em ambientes fechados é sempre necessário usar a máscara, a não ser que estejamos a uma distância grande dos outros ou que tenhamos uma barreira, como por exemplo um acrílico. Ao ar livre, se não conseguirmos manter a distância, é aconselhável o uso de máscara como medida de precaução."
Apesar de se manter o uso de máscara, há outras restrições que podem ser aliviadas, admite Marta Temido. E isso pode acontecer já na reunião do Conselho de Ministros marcada para esta sexta-feira.
Este limiar dos 70% [de população vacinada] é um requisito mas não é o bastante. Temos de continuar a monitorizar os outros indicadores epidemiológicos da infeção da e da doença. Se se considerar que estamos neste momento com todos os sinais de alerta com um relativo controlo, como parece ser a situação atual, podemos então passar para outra fase."
Genericamente, o que está em causa agora é "o alívio ou levantamento de algumas medidas restritivas", como por exemplo o aumento da lotação em espaços comerciais, restaurantes, eventos familiares ou eventos culturais, dependendo de ser um espaço aberto ou fechado.
Ou seja, deverá ser antecipado em duas semanas o alívio das regras previsto para 5 de setembro. A lotação em casamentos, baptizados e espectáculos culturais deverá aumentar para 75%; a lotação dos restaurantes passa a um máximo de oito pessoas por grupo no interior e 15 nas esplanadas. Deixa e haver limite para a lotação nos transportes público e os serviços públicos passarão a funcionar sem marcação prévia.
Em relação à administração de uma terceira dose, Marta Temido afirma: "Neste momento estamos expectantes da apreciação da Agência Europeia do Medicamento. Temos ouvido com atenção as posições de alguns países que já admitiram que esse é um caminho a seguir".
No entanto, sublinhou, "esta é uma infeção da qual só conseguimos estar mais protegidos se estivermos mais pessoas vacinadas em todo o mundo. E como estamos a falar de uma capacidade de produção que não é infinita, essa eventual necessidade é competitiva com a eventual alocação de vacinas a países que têm taxas de vacinação baixíssimas. E enquanto não conseguirmos ajudá-los a ultrapassar essa situação, não conseguiremos estar todos mais protegidos. Portanto, neste momento ainda não há uma decisão sobre uma eventual terceira dose. Será sempre uma decisão técnica."