O ministro da Presidência acusou, esta quinta-feira, a presidente do PSD de dar «provas de chocante insensibilidade social» ao criticar a medida do Governo de criar uma moratória destina a desempregados com prestações de crédito à habitação, noticia a Agência Lusa.
«A drª Manuela Ferreira Leite dá mais uma vez provas de uma chocante insensibilidade social ao colocar-se contra aquilo que é manifestamente uma medida que se destina a ajudar as famílias atingidas pelo drama do desemprego», declarou Pedro Silva Pereira no final do Conselho de Ministros.
Em Bruxelas, Manuela Ferreira Leite, afirmou que a redução na prestação da casa para desempregados é mais «um anúncio» do Governo que não sabe se será concretizado, e que até poderá ser «bastante negativo».
Na véspera, o primeiro-ministro anunciou na Assembleia da República que as famílias com desempregados vão beneficiar de uma redução de 50 por cento com a prestação da casa, adiantando que o seu executivo, em conjunto com as instituições financeiras, vai criar uma «moratória nas prestações de crédito à habitação», que se poderá prolongar por dois anos e que pode ser requerida até ao fim deste ano.
Manuela Ferreira Leite advertiu que a medida poderá ter um impacto «bastante negativo se, por exemplo, as famílias tiverem que obrigatoriamente devolver esse dinheiro daqui a dois anos».
Confrontado com esta posição do PSD, o ministro da Presidência referiu que Manuela Ferreira Leite, «depois de se ter colocado contra o aumento do salário mínimo nacional, agora, tendo tanta vontade de dizer mal, também se manifesta contra uma ajuda às famílias para suportarem os seus encargos com a habitação».
«O Governo, pelo contrário, dispõe-se a dar uma ajuda ao aliviar transitoriamente um custo com a habitação por parte das famílias com desempregados, reduzindo em 50 por cento as prestações da casa. O Governo garante também a essas famílias condições de alteração dos seus contratos como jamais conseguiriam no mercado», justificou o ministro da Presidência.
Pedro Silva Pereira frisou que o Estado dispõe-se a financiar o custo acrescido na alteração do contrato por via de uma solução em que não há «spreads» e em que a taxa de juro tem de ser inferior à própria taxa Euribor em 0,5 por cento.
«Famílias atingidas pelo desemprego»
«Numa fase de especiais dificuldades, estamos a falar de uma medida que alivia transitoriamente as famílias atingidas pelo desemprego. Por outro lado, nas alterações dos contratos de empréstimo, o Estado garante um apoio em condições que nunca poderiam ser oferecidas pelo mercado», insistiu.
Pedro Silva Pereira afirmou ainda que a medida do Governo representa igualmente «mais uma alternativa que as famílias, se assim o entenderem, podem recorrer».
«Mas é extraordinário que, quando o Governo mobiliza recursos adicionais para ajudar as famílias, a vontade da drª Manuela Ferreira Leite é tanta de dizer mal que se põe contra uma medida que apenas visa ajudar as famílias com desempregados», declarou.
Interrogado sobre o modo como os desempregados terão depois de devolver os benefícios recebidos ao longo de ano e meio, o ministro da Presidência disse não corresponder à verdade a ideia de que «em 2011 as pessoas vão ter que suportar, como se fosse numa única prestação, as prestações que deixaram de pagar durante o período da moratória».
«Todas as pessoas que renegociaram com os seus bancos os seus créditos à habitação sabem que as coisas não se passam assim. O custo acrescido é sempre distribuído e o Estado garante que ajudará as famílias nesse custo acrescido, garantindo um financiamento abaixo da taxa Euribor e que não tem qualquer spread», sustentou ainda Pedro Silva Pereira.
Silva Pereira critica «insensibilidade» de Ferreira Leite
- Redação
- TG
- 19 mar 2009, 16:20
Ministro reage a palavras da líder do PSD sobre moratória para desempregados
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