PEC: Sócrates avisou Passos Coelho - TVI

PEC: Sócrates avisou Passos Coelho

Santos Silva, em entrevista à TVI24, acusa oposição de «sofreguidão para chegar ao poder» e diz que «ninguém tem o direito de pôr em causa os sacrifícios que as pessoas estão a fazer»

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O ministro da Defesa, Augusto Santos Silva, revelou esta segunda-feira que José Sócrates avisou na quinta-feira Passos Coelho das medidas de austeridade que seriam apresentadas no dia seguinte pelo ministro das Finanças.

«O primeiro-ministro teve o cuidado de avisar no dia anterior o líder do maior partido da oposição do sentido da comunicação que seria feita», afirmou esta segunda-feira o ministro Augusto Santos Silva, em entrevista à Edição das Dez da TVI24.

Questionado sobre o porquê de o Governo não ter apresentado as medidas também ao Presidente da República, Santos Silva justificou com «é uma dialética que se faz entre Governo e oposição». O ministro frisou ainda que também não tem «conhecimento» de que tenham sido previamente apresentados aos Presidentes da República os PEC (Programas de Estabilidade e Crescimento) anteriores.

Garantindo que o pacote que o Governo apresentou «não está fechado», «é apenas um conjunto de linhas de orientação, que formarão uma proposta concreta de PEC, cujas medidas serão negociadas», Santos Silva garantiu que a proposta «será entregue na AR no mês de Abril».

Tal como já tinha feito José Sócrates na sua declaração ao país, Santos Silva aponta o dedo à oposição, dizendo que «querem criar uma crise política».

«Nós estamos a pedir muitos sacrifícios às pessoas e eles têm que valer a pena, ou seja, temos que cumprir as metas», afirmou, adiantando depois: «Ninguém tem o direito de pôr em causa os sacrifícios que as pessoas estão a fazer, criando uma crise política, fazendo com que morram na praia».

«Não é preciso cooperarar, é preciso é não obstruir», afirmou, referindo-se à oposição.

Santos Silva frisou a forma positiva como as medidas de austeridade fora acolhidas pelo Eurogrupo, mas lamentou a reacção em Portugal. «No dia seguinte a esta importante vitória do país, os partidos da oposição, o que fizeram foi apoucá-la. Foi dizer aos mercados, não acreditem nestas medidas porque elas não serão aprovadas».

Para o ministro, a explicação é a «sofreguidão em chegar ao poder».

Mas, questionado sobre o que fará o Governo se as medidas forem chumbadas no Parlamento, afirmou: «Alguém será tão cego do ponto de vista do seu interesse partidário, que vá chumbar um PEC que foi aprovado pelas instituições europeias?»
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