Sem mais austeridade? "Nesta altura só é enganado quem quer" - TVI

Sem mais austeridade? "Nesta altura só é enganado quem quer"

Bloco de Esquerda critica declarações do primeiro-ministro sobre não serem precisas mais medidas para atingir o défice. Catarina Martins lembra que medida para as pensões é compromisso assumido, logo, mais austeridade

Para o Bloco de Esquerda, o primeiro-ministro de diz uma coisa e faz outra, ao afirmar que o défice vai ser atingido sem mais medidas, mas tendo em vista uma poupança de 600 milhões nas pensões que, para o Bloco de Esquerda, é sinal de mais austeridade. A porta-voz do BE manifestou-se, este sábado, convicta de que o Governo irá pôr em prática mais medidas. "Nesta altura só é enganado quem quer", atirou.

“Temos registado muitas discrepâncias entre que o primeiro-ministro diz e o que primeiro-ministro faz”, afirmou Catarina Martins, recordando que o chefe do Governo de maioria PSD/CDS-PP “diz que não quer novas medidas de austeridade, mas votou no parlamento uma proposta que corta 600 milhões de euros nas pensões”.

Em Santarém, onde hoje visitou a Feira Nacional de Agricultura, que decorre no Centro Nacional de Exposições até domingo, a dirigente do BE recordou que “em 2011, antes das eleições, Pedro Passos Coelho dizia que nunca ia cortar subsídios de férias nem no 13.º mês e foi a primeira coisa que fez quando chegou ao Governo”.

Por isso, sustentou, “nesta altura só é enganado quem quer”, tendo em conta “o que o próprio Governo já votou de [medidas de] austeridade para os próximos anos”, voltando a sublinhar o compromisso de cortar 600 milhões de euros nas pensões que, para o BE, “não é a melhor forma para se dizer que não há mais austeridade”.

Catarina Martins reagia às declarações de Pedro Passos Coelho que, na sexta-feira disse, no Fundão, que o Governo não prevê novas medidas de austeridade para alcançar um défice inferior 03%, o qual acha estar perfeitamente ao alcance do país.

As declarações de Passos Coelho seguiram-se à declaração do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontou "um risco tangível" de Portugal não cumprir a meta do défice este ano "sem cortes adicionais da despesa", considerando “pouco provável" reverter a austeridade sem conter a despesa com salários e pensões.
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