Carvalho da Silva avisa para possibilidade de regime «antidemocrático» - TVI

Carvalho da Silva avisa para possibilidade de regime «antidemocrático»

Carvalho da Silva

Ex-dirigente da CGTP considera que com atual política Portugal se arrisca a um «segundo memorando»

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O ex-líder da GCTP Carvalho da Silva afirmou esta quarta-feira, no Porto, que, «se prosseguir a atual política, em 2013, se não antes, Portugal estará perante um segundo memorando», que «condenará o país a um retrocesso até 2015/16» e abre porta a possibilidade de um regime pouco democrático.

«Não tenhamos dúvidas, se a maioria das forças políticas se submeterem a esse processo, então, estaremos a caminho de um regime autoritário com forte caráter antidemocrático», sustentou Carvalho da Silva, citado pela Lusa.

O antigo dirigente sindical falava no primeiro dia o VII Congresso Português de Sociologia, numa sessão em que interveio também o antigo Presidente da República Mário Soares.

«É preciso denunciar o memorando da troika e as suas revisões e abrir uma negociação com todos os credores para a reestruturação da dívida, salvaguardando condições de desenvolvimento do país. É preciso libertar Portugal do Pacto Orçamental» europeu, que é «arbitrário e ofensivo», frisou Cravalho da Silva.

O agora sociólogo, com licenciatura concluída em 2000 e doutoramento em 2007, ambos no ISCTE, disse também que, «mais uma vez, de forma ignóbil, o direito do trabalho está no banco dos réus».

«Não podemos aceitar isto», completou, considerando que a nova legislação laboral foi, «infelizmente, promulgada pelo Presidente da República esta semana».

Para Carvalho de Silva, no campo laboral, Portugal está «perante uma brutal operação de transferência de riqueza dos trabalhadores para as mãos dos detentores do capital».

O presidente da Associação Portuguesa de Sociologia, Manuel Carlos Silva, adiantou, entretanto, que a Presidência da República recusou dar o seu «alto patrocínio» a este congresso e o Presidente não esteve presente, ao contrário dos seus antecessores, Jorge Sampaio e Mário Soares, que sempre estiveram os congressos realizados durante os seus mandatos.

Manuel Carlos Silva informou ainda que a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, também foi convidada, mas respondeu tarde e que não podia aceitar o convite.

Segundo afirmou também, a organização pretendia ter no congresso «três visões» sobre a crise e, nesse sentido, convidou depois a deputada europeia do PSD Graça Carvalho e Pinto Balsemão, mas já era tarde.
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