Sócrates «não responde a nada» e é «agressivo» - TVI

Sócrates «não responde a nada» e é «agressivo»

Menezes e Santana (fotomontagem)

E é ainda «feio» por tratar mal um ex-primeiro-ministro, acusa Menezes

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[Última actualização às 15h40]

Não é deputado, mas veio ao Parlamento almoçar com Santana Lopes e a direcção do grupo parlamentar, numa clara demonstração de solidariedade e coesão dentro do PSD, depois de ontem a prestação do líder da bancada não ter corrido da melhor forma, segundo análise do próprio.

À entrada, e aos jornalistas, aproveitou para criticar a prestação de José Sócrates, ontem, na Assembleia da República na apresentação do Orçamento de Estado, sublinhando que o primeiro-ministro cria uma «cortina de fumo», em vez de responder às questões que interessam aos portugueses.

«O primeiro-ministro, ontem, não respondeu a nada: não explicou porque estamos há quatro anos a divergir da Europa. Não explicou porque atingimos níveis recordes de desemprego, ultrapassando a Espanha. Não explicou porque vamos ter quatro anos de descida de salários reais e depois cria uma cortina de fumo» com as medidas apresentadas.

Desmontando as medidas anunciadas por Sócrates para a saúde, Menezes considera que «a procriação medicamente assistida é muito importante, mas não quando esta semana se sabe que há 600 mil portugueses em listas de espera no Serviço Nacional de Saúde e em que todos os dias partem cidadãos nacionais para Cuba para tratar cataratas. A saúde oral para as crianças é muito importante, mas devia haver cuidado para ao mesmo tempo não se fechar a esmo hospitais em todo o país e em que bebés nascem nas ambulâncias».

Sócrates é «agressivo»

Para o líder do PSD, Sócrates merece ainda o epíteto de agressivo. «O primeiro-ministro não deve embandeirar em arco e demonstrar um tal grau de agressividade. Parece que é proibido ser oposição em Portugal. Daqui a dois anos quando formos governos vamos revistar o Executivo de José Sócrates com menos agressividade», prometeu ainda.

À saída do almoço, cerca de duas horas depois, Menezes insistiu nas críticas à atitude do primeiro-ministro: «É feio tratar mal um ex-primeiro-ministro; é feio falar assim com os deputados do PSD».

Apesar de não poder participar na discussão sobre o Orçamento, o líder do PSD veio publicamente dar uma voto de confiança a Santana Lopes, mesmo que ontem a prestação, segundo o próprio, não correu da melhor forma.

«Avaliação de Santana é muito positiva

Menezes é de outra opinião. A «avaliação» de Santana «é muito positiva» e está «na linha do que» o presidente social-democrata queria. «Não vamos fazer avaliações com 10 minutos de jogo. Esperemos pelo final».

Até lá, Menezes recorda ao primeiro-ministro que «depois de Austerliz há sempre Waterloo». Numa metáfora, o líder do PSD recorda que Napoleão acabou por cair em Waterloo, depois do sucesso da batalha de Austerliz.
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