PSD: os primeiros cem dias de Passos Coelho - TVI

PSD: os primeiros cem dias de Passos Coelho

Congresso do PSD

Nova liderança social-democrata obteve acordo com o Governo para redução do défice

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Os primeiros cem dias de Pedro Passos Coelho como presidente dos sociais-democratas ficam marcados por um acordo com o Governo sobre medidas para redução do défice e pela subida do PSD nas sondagens.

Em Junho, o PSD apareceu à frente do PS nas intenções de voto em todas as sondagens de opinião, consolidando uma subida verificada desde a sua eleição.

A primeira proposta que o novo presidente do PSD fez, no congresso de Carcavelos, foi a criação de um Conselho Superior da República que avaliasse os nomeados para funções públicas. Essa proposta não voltou a ser referida, mas Jorge Bacelar Gouveia assegurou à agência Lusa que é uma das que estão a ser trabalhadas no quadro da revisão constitucional que o PSD vai desencadear até 15 de Setembro.

No mesmo congresso, Passos Coelho apontou a revisão da Constituição como «uma prioridade» e defendeu que deveria ser feita antes das presidenciais.

A posição do PSD em relação às presidenciais de 2011 ficou também fechada em Carcavelos, com o apelo de Passos Coelho a Cavaco Silva para que se recandidatasse.

Foi a 27 de Abril, na sequência do que apelidou de «ataque especulativo» à dívida portuguesa, que o presidente do PSD fez saber que tinha telefonado ao primeiro-ministro, manifestando-se disponível para um entendimento que evitasse uma crise financeira.

Os dois reuniram-se no dia seguinte e acordaram antecipar medidas como as alterações ao subsídio de desemprego e às prestações sociais. O presidente do PSD ressalvou que rejeitava um «bloco central» e disse estar «a dar a mão ao país» e não ao Governo.

Os dois acordariam, entre 12 e 13 de Maio, um pacote de medidas - que incluiu aumentos do IRS, IVA e IRC, e também cortes na despesa exigidos pelo PSD - pelo qual Passos Coelho pediu desculpa aos portugueses.

A 21 de Maio o PSD absteve-se em relação a uma moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP no Parlamento. «O PSD não é um partido de apoio ao Governo», mas «votar favoravelmente corresponderia a abrir uma crise política», justificou Passos Coelho.

A redução da despesa pública, a flexibilização da legislação laboral, a instituição de uma contrapartida pelos apoios sociais e a limitação das pensões do Estado foram bandeiras do PSD neste período.

«Governo está cansado e esgotado»

O porta-voz do PSD defende que, em cem dias, a liderança de Pedro Passos Coelho se afirmou como «uma certeza para um futuro incerto» e «uma alternativa a um Governo cansado».

Num balanço deste início de mandato, Miguel Relvas declarou: «Foram cem dias em que ficou demonstrado que é possível construir-se uma oposição construtiva, que tenha ideias, que demonstre aos portugueses que existe uma alternativa a um Governo que está cansado, que está esgotado.»

De acordo com Miguel Relvas, o PSD não fez «a tradicional oposição do bota abaixo» e «hoje os portugueses sentem que passaram a ter uma alternativa de confiança». «Essa alternativa de confiança vai ter de ser concretizada no momento político adequado», acrescentou.

Para Miguel Relvas, estes primeiros cem dias «passaram depressa, num momento em que Portugal atravessa uma crise muito acentuada», e o entendimento entre o PSD e o Governo quanto a medidas para reduzir o défice «foi um momento importante».
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