Relvas e Macedo: «Direito a silenciar os outros não existe», diz Governo - TVI

Relvas e Macedo: «Direito a silenciar os outros não existe», diz Governo

Miguel Relvas no ISCTE (LUSA)

Secretário de Estado fala em «grupos perfeitamente minoritários»

Relacionados
O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros deplorou, esta quinta-feira, a «triste confusão» feita por «grupos minoritários», que têm perturbado iniciativas onde participam membros do Governo, entre o «direito de se fazerem ouvir» e o «silenciar os outros».

«Há de facto alguns fenómenos nos últimos dias em que tem havido uma triste confusão entre o direito que todas as pessoas têm de se fazer ouvir, inclusive nos seus protestos, com o direito a silenciar os outros. Porque esse direito a silenciar os outros não existe em relação a nada nem a ninguém numa sociedade tolerante e democrática como a nossa», disse Luís Marques Guedes, no final da reunião do Conselho de Ministros.

Frisando que o tema não foi abordado na reunião do executivo, o governante afirmou que o Governo «não confunde situações pontuais» com o que, disse, «é o sentir, os princípios e os valores democráticos e de tolerância da generalidade da sociedade portuguesa».

«As situações que têm ocorrido são de grupos perfeitamente minoritários, que de todo em todo não se confundem com a maneira com que os portugueses e a sociedade portuguesa em geral aceita em termos de tolerância o jogo democrático e o respeito pelos outros», comentou.

Para Marques Guedes, os episódios que têm marcado nos últimos dias aparições públicas de membros do Governo revelam «sintomas de alguma arrogância e intolerância» que «não são apanágio da sociedade portuguesa nem são reflexo daquilo que é a maneira de ser, estar e sentir da generalidade dos portugueses».

«Espero que haja pelo menos da parte desses grupos minoritários algum respeito por aquilo que são seguramente os seus direitos de protestar, mas ter a consciência que esses direitos de protestar não incluem o direito de silenciar os outros, porque isso não faz qualquer tipo de sentido numa democracia madura e estável como é a democracia portuguesa», apelou.

O secretário de Estado assegurou ainda não terem existido «alterações de agendas dos membros do Governo».

«Relativamente a reforço ou cuidado das forças de segurança, que eu tenha conhecimento também não, mas isso diz respeito obviamente às próprias forças de segurança e à análise de risco que possam fazer das situações», acrescentou.

No debate quinzenal na Assembleia da República, na última sexta-feira, o primeiro-ministro foi interrompido no momento em que intervinha perante o plenário por um grupo de pessoas que, das galerias reservadas ao público, entoou a canção «Grândola Vila Morena», música emblemática da revolução de 25 de Abril de 1974.

Esta terça-feira, o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas foi vaiado por algumas dezenas de alunos quando participava no encerramento de uma conferência da TVI, a decorrer em Lisboa, acabando por ter que abandonar a sala sem discursar.

Quarta-feira, o ministro da Saúde foi também impedido de falar no momento em que ia iniciar a sua intervenção numa conferência no Porto sobre o sistema de saúde para além de 2014 por um pequeno grupo de pessoas que entoaram a canção «Grândola Vila Morena».
Continue a ler esta notícia

Relacionados