Portugal e Alemanha rejeitam aplicar novas sanções à Rússia - TVI

Portugal e Alemanha rejeitam aplicar novas sanções à Rússia

  • 7 dez 2018, 15:24
 Heiko Maas com Augusto Santos Silva

Ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países garantem ainda que prolongamento das sanções impostas será analisado na cimeira do Conselho Europeu da próxima semana

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e da Alemanha, Augusto Santos Silva e Heiko Maas, rejeitaram esta sexta-feira, em Lisboa, a imposição de novas sanções à Rússia por causa do conflito com a Ucrânia no mar de Azov.

Os dois ministros, que falavam em conferência de imprensa, após um encontro no Palácio das Necessidades, adiantaram que o eventual prolongamento das sanções impostas à Rússia após a anexação da Crimeia, em 2014, será analisado na cimeira do Conselho Europeu da próxima semana, mas admitiram não haver consenso na União Europeia para a aplicação de novas sanções.

Heiko Maas afirmou que a Alemanha "considera aceitar" o prolongamento das sanções atuais, mas disse "não ver que na União Europeia haja consenso para novas sanções".

Nesta altura considero errado falar em novas sanções porque estão a ser desenvolvidos vários esforços para reduzir tensão", disse Maas, que na quinta-feira esteve reunido com os homólogos da Rússia e da Ucrânia.

Adiantou que, na próxima semana, continuarão as conversações no mesmo sentido,

"Vamos dar o nosso contributo, mas ao fim e ao cabo são as duas partes envolvidas que têm de consegui-lo. Do ponto de vista da Alemanha não haverá proposta para haver novas sanções", disse.

Maas considerou que a manutenção das conversações "é um bom sinal", mas que na reunião de quinta-feira não se chegou a nenhuma conclusão, considerando que é preciso que sejam libertados os marinheiros e que haja a monitorização da Cruz Vermelha ou da OSCE da abertura do estreito de Kersh.

São temáticas que estão na agenda, mas que na reunião de ontem (quinta-feira) não foram bem recebidas pelo lado russo. Queremos continuar a apostar na redução da tensão e apelamos às duas partes para continuarem a fazer esforços nesse sentido", sublinhou.

 O chefe da diplomacia portuguesa considerou necessário "analisar com cuidado aos diferentes níveis [diplomáticos, dos ministros dos negócios estrangeiros, dos chefes de Estado e do Governo] a evolução da situação no mar de Azov para saber se são necessárias outras medidas".

Acompanhamos a decisão dos europeus de imposição de sanções à Federação Russa [na sequência da anexação da Crimeia] que têm sido sucessivamente prorrogadas", disse, por seu lado, Augusto Santos Silva.

A Rússia apreendeu, a 25 de novembro, três navios de guerra ucranianos que tentavam passar do Mar Negro para o de Azov, capturando 24 elementos das tripulações.

Trata-se do primeiro confronto militar aberto entre Moscovo e Kiev depois da anexação pela Rússia, em 2014, da península ucraniana da Crimeia, e do início do conflito armado no leste da Ucrânia entre as forças governamentais e os separatistas pró-russos.

Kiev e os seus aliados no Ocidente acusam a Rússia de instigar o conflito, que já causou mais de 10 mil mortos, e de apoiar militarmente os separatistas, o que Moscovo rejeita.

A Ucrânia reclama novas ações contra a Rússia na sequência desta nova escalada de tensão.

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