Passos Coelho avisa: «O Governo tem de se despachar» - TVI

Passos Coelho avisa: «O Governo tem de se despachar»

Pedro Passos Coelho - PAULO NOVAIS/LUSA

Recusa «apresentar uma data para deitar o Governo abaixo», mas avisa que «O PSD está preparado» para assumir a governação

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O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quinta-feira em entrevista à «RTP» que «o Governo tem de se despachar a cumprir as reformas com que se comprometeu», senão, o seu partido «fará o que tem a fazer» para derrubar o Executivo.



Apesar de ter sido questionado por várias vezes sobre se e quando iria apresentar uma moção de censura, Passos Coelho acabou por não responder de forma clara a nenhuma destas questões. «Não vou marcar uma data para apresentar uma moção de censura ou deitar o Governo abaixo. Isso não seria sério». «Mas também não estamos aqui para ser o seguro de vida do Governo», avisou.

«Nós ainda há dois meses aprovamos o Orçamento do Estado. As pessoas estão a fazer sacrifícios enormes, não estão à espera que valha tudo à oposição», disse, passando a bola ao Governo. «A primeira coisa a fazer agora é o Governo deixar-se de fitas e de show-off», disse, considerando que o Executivo «anda a perder o timming».

«Dissemos, na altura, quer era preciso desencadear um conjunto de reformas. Passaram-se quatro meses, não conheço nenhuma reforma que tenha sido feita neste período. Há dois meses, o governo apresentou 50 medidas. Quantas foram cumpridas?», questionou.

Por isso, Passos Coelho avisa que «o Governo tem de se despachar», mas «o que está a fazer é o contrário. Está a deixar passar o tempo».

Questionado sobre o porquê de, perante esta situação o PSD não avançar com uma iniciativa para derrubar o Governo, Passos Coelho respondeu: O PSD está a fazer o que um partido da oposição, com coerência, deve fazer: oposição ao Governo, apresentar alternativas».

« O Governo tem de ter uma oportunidade de cumprir aquilo a que se comprometeu. Mas não vai ter todo o tempo do mundo», avisa.

«Se virmos que o Governo não faz o que se comprometeu, se houver uma situação de desconfiança externa, o PSD fará o que tem de fazer. Não sei como será. Não sei se vamos apresentar uma moção de censura. Mas certamente encontraremos uma forma de solucionar isso», afirmou, garantindo que «o PSD não tem medo de provocar eleições».

« Se o PS falhar, terá de haver eleições e a escolha de um novo Governo que consiga fazer o que o PS não fez», disse, assegurando que « o PSD está preparado», para ser Governo.

«Temos o trabalho de casa feito. O PSD tem um relatório extenso em praticamente todas as áreas sectoriais, que podem configurar um programa de Governo». O próximo passo agora é discutir essas ideias com a sociedade civil.

Garantindo que está preparado para ser primeiro-ministro - senão não se teria candidatado à presidência do PSD - Passos Coelho diz que tem «a cabeça muito arrumada», explicando que até já tem ideias sobre quem poderia ocupar as diferentes pastas de um futuro Governo.

Pedro Passos Coelho, considera que já não chega o Governo cumprir o Orçamento e reduzir o défice. Apesar dos sinais positivos na execução orçamental, os juros da dívida pública continuam a subir e, por isso, o social-democrata diz que está na hora de «pôr reformas sérias e profundas em cima da mesa».
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