«Já existe uma guerra a decorrer» na Ucrânia, diz Rui Machete - TVI

«Já existe uma guerra a decorrer» na Ucrânia, diz Rui Machete

Rui Machete (MÁRIO CRUZ / LUSA)

Ministro dos Negócios Estrangeiros falava numa audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, respondia a uma pergunta do deputado do PSD António Rodrigues sobre se existe perigo de guerra na Ucrânia

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, afirmou esta terça-feira que «já existe uma guerra» a decorrer na Ucrânia, uma situação «muito grave» que disse esperar que seja ultrapassada esta quarta-feira na nova ronda de negociações.

O ministro, que falava numa audição na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, respondia a uma pergunta do deputado do PSD António Rodrigues sobre se existe perigo de guerra na Ucrânia.

«Guerra já existe, mas não uma guerra normal clássica entre a Rússia e países ocidentais ou os Estados Unidos», considerou Rui Machete, que lembrou que no conflito armado, que dura há dez meses e já fez mais de 5 mil mortos, opõem-se «separatistas russófilos apoiados por tropas russas e com armamento russo extremamente sofisticado e um mal preparado exército ucraniano».

«A dimensão do conflito e os riscos para a paz são sérios», advertiu.

Para Rui Machete, as sanções que a comunidade internacional tem decidido relativamente à Rússia, que acusou de violar o direito internacional, «são um meio relativamente eficaz, mas que infelizmente não tem produzido os efeitos que se pretenderiam».

«Acima das sanções, os meios começam a aproximar-se do conflito bélico. Estamos longe disso. Daí que haja todo o cuidado em ultrapassar essa fase», referiu.

Rui Machete expressou votos de que a cimeira de paz convocada para esta quarta-feira em Minsk «dê resultados», apesar de no início da sua intervenção na comissão parlamentar ter admitido tratar-se de «uma esperança mitigada».

Na audição, o socialista Vitalino Canas disse ver «com muita preocupação a evolução dos acontecimentos» e «não se vê grande resultado» da imposição das sanções.

O deputado do CDS Ribeiro e Castro afirmou que a Europa enfrenta, nas suas fronteiras, «uma crise perigosíssima, quasi-militar» e disse esperar «inspiração no encontro de paz».
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