O Governo não vê necessidade de alterar o nível de ameaça em Portugal, apesar do roubo de material em Tancos não ter sido ainda encontrado, nem os autores do assalto. Seja como for, o ministro dos Negócios Estrangeiros manifestou que "é preciso apurar os factos, de cima a baixo, doa a quem doer".
"Os efeitos do assalto às instalações militares e do furto, em termos de segurança interna, não é de molde a requerer uma mudança do nível de ameaça identificado", disse aos jornalistas Augusto Santos Silva, depois de uma reunião de alto nível com o Serviço de Informações de Segurança.
O nível de ameaça em Portugal continua a ser moderado. Claro que a avaliação da ameaça faz-se sempre de forma dinâmica e permanente. Mas insisto: não temos nenhum elemento para alterar nível de ameaça, que está avaliado em moderado"
O ministro frisou que isso não quer dizer" que não tenham sido tomadas e estejam em curso medidas adicionais de reforço, partilha de informações e coordenação de ações dos diferentes serviços e forças de segurança".
Uma semana depois do que se passou, Augusto Santos Silva recusou responder a questões sobre como e quando ocorreu o assalto e se houve envolvimento interno. "A resposta é dada pela investigação que está em curso e que compete às autoridades judiciais". Remeteu apenas para o que a Procuradoria-Geral da República já tinha dito ontem.
Sobre se a imagem de Portugal foi afetada pelo que aconteceu, o ministro garantiu que Portugal continua a ser um "aliado confiável" e que é um dos países mais pacíficos do mundo. Fez questão de sublinhar, também, que isto podia ter acontecido em qualquer país.
Questionado sobre se tem falado com o primeiro-ministro, António Costa, que está de férias, respondeu que sim. Disse mais: "Estou em comunicação permanente com o senhor primeiro-ministro com todas as formas modernas de comunicação. Temos falado por escrito, por mensagem, e quando hoje aqui disse a todas as forças e serviços de segurança e reiterar toda a confiança no seu trabalho, tive ocasião não só de falar em meu nome e do Governo, estava mandatado para falar em nome pessoal do primeiro-ministro".
Nesta reunião estiveram também presentes, como convidados, representantes do ministério público e PJ.
A Associação de Oficiais das Forças Armadas exigeiu hoje a "assunção de responsabilidades" pela tutela.