"Não se compreende a demora do primeiro-ministro indigitado em apresentar a composição do Governo para tomar posse e apressar a apreciação do programa do governo. Temos que passar adiante", afirma Carlos César, que, na quarta-feira, deverá suceder a Ferro Rodrigues nas funções de líder parlamentar do PS.
"Portugal não pode perder tanto tempo e não deve ficar com um Governo que não governa e que só quer concluir uns quantos negócios à pressa, e consolidar por toda a parte e à socapa centenas de nomeações para controlo partidário futuro da administração", atirou ainda.
Depois, o presidente do PS refere-se especificamente a Cavaco Silva: "Nem se compreende que o Presidente da República o permita".
"Para uns efeitos o Presidente da República fala a mais e para outros a menos. Assim não"
Esta segunda-feira ainda não houve novidades sobre a composição do Governo e tanto Passos Coelho como Cavaco Silva terão uma agenda preenchida durante toda a semana. O primeiro-ministro vai voltar a Belém para entregar os nomes que vão integrar o novo Executivo, nesta que é uma semana em que o Presidente da República vai ausentar-se do país durante dois dias.
Por causa do encontro anual da COTEC Europa, em Roma, onde o chefe de Estado vai marcar presença, Passos Coelho deverá entregar os nomes no novo Executivo terça-feira de manhã, ou então mais para o final da semana.
Depois de entregue a lista dos nomes, o passo seguinte é a marcação da tomada de posse do novo governo – que não deve acontecer antes do final da semana.
A partir desse momento, o Executivo tem dez dias para apresentar o programa no parlamento onde o esperam as anunciadas moções de rejeição anunciadas pelo PS, PCP e Bloco de Esquerda.